Ryanair planeja crescer com jatos Max enquanto rivais encolhem
(Bloomberg) — A Ryanair quer retomar o crescimento após a crise do coronavírus por meio da negociação de incentivos com aeroportos em busca de tráfego e da aposta no retorno do 737 Max da Boeing.
A maior aérea de baixo custo da Europa está em negociações com aeroportos na Alemanha, Áustria, Itália, Espanha e Portugal que enfrentam "graves cortes" de capacidade devido ao impacto da pandemia de Covid-19 nas viagens aéreas, disse o CEO Michael O'Leary em entrevista na terça-feira. As discussões envolvem "expandir nosso tráfego crescente em aeroportos nos próximos 18 meses", disse.
"É por isso que queremos ir em frente e receber o Max", disse O'Leary. "Claramente, haverá uma enorme queda do tráfego em 2020, mas acreditamos que em 2021 haverá muitas oportunidades de crescimento onde aeroportos oferecerão incentivos significativos."
O CEO planeja a recuperação da Ryanair a longo prazo, enquanto a companhia aérea se prepara para enfrentar rivais fortalecidas pela assistência do governo. A Ryanair, que recebeu empréstimo de 600 milhões de libras (US$ 740 milhões) garantido pelo Reino Unido para empresas afetadas pelo vírus, criticou pacotes de ajuda mais pesados feitos sob medida para aéreas como Air France-KLM e Alitalia. O exemplo mais recente é o resgate de 9 bilhões de euros da Alemanha (US$ 9,8 bilhões) para a Deutsche Lufthansa anunciado na segunda-feira.
A Ryanair, com cerca de 4,1 bilhões de euros em caixa, aposta no Max para aumentar a capacidade quando as viagens aéreas se recuperarem. As ações da empresa acumulam queda de 19% neste ano, o terceiro melhor desempenho no índice Bloomberg World Airlines.
Retorno do Max
O'Leary disse que espera que o avião mais vendido da Boeing volte a operar na América do Norte no fim de setembro ou início de outubro. A certificação para o Max 200, de maior capacidade, deve sair logo após a aprovação do similar Max 8.
"A Ryanair é uma das poucas companhias aéreas que realmente quer essas entregas de aeronaves", disse.
A companhia aérea com sede em Dublin tem 135 jatos Max encomendados, com 75 opções. O'Leary disse em fevereiro que também avalia a compra de uma versão maior. O Max está aterrado há mais de um ano após dois desastres aéreos, e a Boeing agora espera que o modelo retome os voos no terceiro trimestre de 2020.
©2020 Bloomberg L.P.
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