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"Semana ruim com balanços macabros": EUA se prepara para pior momento da Covid-19

05/04/2020 17h16

Os norte-americanos se preparam para viver em uma das "semanas mais difíceis e tristes de suas vidas", alertaram as autoridades de saúde dos Estados Unidos neste domingo (5), onde o novo coronavírus continua causando vítimas, principalmente no estado de Nova York.

"Na próxima semana será um dia como Pearl Harbor, como 11 de setembro, exceto que não será localizado, será em todo o país", alertou o administrador federal de saúde pública Jerome Adams na NBC.

"Será uma semana ruim" com uma "escalada" de balanços macabros, acrescentou o epidemiologista Anthony Fauci, que assessora a Casa Branca na resposta à crise. Mesmo que o confinamento de grande parte da população produza resultados, "achamos difícil controlar" a pandemia, ele reconheceu.

Com mais de 320.000 casos de Covid-19 identificados, os Estados Unidos ultrapassaram o limite de 9.000 mortos neste domingo (5), incluindo mais de 4.000 somente em Nova York, o epicentro da pandemia.

Quase 600 pessoas morreram nas últimas 24 horas no estado, um pouco menos que as 630 mortes registradas no dia anterior, mas "ainda é muito cedo" para tirar conclusões, disse o governador democrata Andrew Cuomo.

O estado de Nova York pode estar "muito próximo do pico" de contaminação ou "esse pico pode ser um platô e nós estamos nele", disse ele com cautela.

Um período "horrível"

 Enquanto isso, o sistema estadual de saúde de NY já está "estressado" por falta de "equipamentos e profissionais suficientes", insistiu.

O presidente Donald Trump, que também espera um período "horrível", anunciou no sábado (4) o envio de mil médicos e enfermeiros militares para Nova York para ajudar a lidar com o fluxo de pacientes.

Os primeiros 325, previstos para este domingo, serão destinados a hospitais públicos da cidade de Nova York, onde a situação é mais tensa, disse Cuomo.

Os outros serão enviados para um centro de conferências de Manhattan transformado pelo exército em um gigantesco hospital de 2.500 leitos, disse o ministro da Defesa, Mark Esper, no domingo.

Quanto ao navio-hospital militar Comfort, que está atracado no porto de Nova York como o Mercy em Los Angeles, ele pode "estar aberto a pacientes do Covid-19, se for necessário", lembrou.

"No momento, estamos mantendo-os em reserva" para que possamos reimplantá-los se a epidemia ocorrer em outro lugar, explicou. Mas "se o vírus ficar muito difícil em Nova York ou Los Angeles, estaremos prontos para abri-los a pacientes com coronavírus", disse o ministro.

 "Retalhos"

 Além de Nova York, vários estados são gravemente afetados, como Louisiana, Illinois ou Michigan, cujos governadores democratas pediram no domingo um plano de ação federal para harmonizar medidas de precaução.

"Não ter uma estratégia nacional para todo o país, mas uma colcha de retalhos que depende dos governadores, cria em minha opinião uma situação porosa para o Covid-19", disse o governador de Michigan, Gretchen Whitmer, enquanto nove estados, do centro e sul, não adotaram medidas de contenção para sua população.

"O vírus não conhece fronteiras", acrescentou o governador de Illinois, Jay Pritzker. "Cabe ao governo federal pedir a todos os governadores que tomem medidas de contenção", acrescentou, censurando o presidente Trump por ter sido "relutante" em enfrentar economicamente essas medidas dispendiosas.

Esses nove estados, incluindo Iowa, Arkansas ou os dois Dakotas, são grandes produtores de alimentos "e estão lutando para encontrar meios de continuar a alimentar o país com uma população enclausurada em casa", argumentou o médico Jerome Adams.

"Mas eu gostaria de dizer a eles: dê-nos um mês, uma semana, o que puderem!", implorou o especialista. "Há uma luz no fim do túnel, mas todos precisam obedecer".

(Com informações da AFP)

 

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