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Motores do crescimento chinês enfraquecem em outubro em meio a guerra comercial

14/11/2019 07h48

Por Gabriel Crossley e Huizhong Wu

PEQUIM (Reuters) - O crescimento da produção industrial da China desacelerou significativamente mais do que o esperado em outubro, com a fraqueza na demanda global e doméstica e a prolongada guerra comercial com os Estados Unidos pesando sobre amplos segmentos da segunda maior economia do mundo.

A produção industrial cresceu 4,7% em relação ao ano anterior em outubro, segundo dados oficiais divulgados na noite de quarta-feira, abaixo da mediana das previsões de pesquisa da Reuters (+5,4%) e do resultado de setembro (+5,8%).

Os indicadores mostraram que outros setores também reduziram significativamente o ritmo e ficaram abaixo das previsões, com o crescimento das vendas no varejo próximo de uma mínima em 16 anos e o aumento do investimento em ativos fixos sendo o mais fraco já registrado.

Os números decepcionantes mostram a China em um difícil início de último trimestre do ano e reforçarão apelos para que Pequim ofereça novo apoio, depois que o crescimento do terceiro trimestre desacelerou para o patamar mais fraco em quase três décadas, com a produção industrial golpeada pela guerra comercial entre EUA e China.

A vasta atividade no setor fabril da China permaneceu fraca em outubro, com os preços ao produtor caindo no ritmo mais rápido em mais de três anos e a atividade manufatureira em contração por seis meses consecutivos, mostraram indicadores recentes.

O investimento em ativos fixos, um dos principais impulsionadores do crescimento econômico, aumentou apenas 5,2% de janeiro a outubro, contra crescimento esperado de 5,4% e o ritmo mais fraco desde que a Reuters começou a compilar os dados, em 1996.

O investimento em infraestrutura aumentou 4,2% nos primeiros dez meses, desacelerando de um ganho de 4,5% entre janeiro e setembro.

As vendas no varejo cresceram 7,2% em relação ao ano anterior em outubro, abaixo da taxa esperada de 7,9% e igualando a mínima em mais de 16 anos registrada em abril.

Os consumidores foram prejudicados pelos preços mais altos dos alimentos nos últimos meses, com o aumento dos preços da carne suína e de outras carnes.

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