Líderes de potências do Sudeste Asiático buscam acordo sobre lixo marinho
Noel Caballero
Bangcoc, 22 jun (EFE).- Os líderes do Sudeste Asiático tentam neste fim de semana em Bangcoc aprovar uma declaração sobre o lixo marinho para enfrentar o problema da poluição dos oceanos e avançar em um tratado comercial com as grandes potências da região.
A Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), que iniciou neste sábado na capital tailandesa sua sessão plenária, pretende fazer frente a este problema enquanto quatro membros - Indonésia, Filipinas, Vietnã e Tailândia - são considerados, junto à China, como os responsáveis por metade da poluição de plástico dos oceanos.
"A ASEAN enfrenta desafios sem precedentes como a mudança climática, a concorrência comercial, brechas de desenvolvimento e díspares ameaças de segurança, assim como transformações econômicas e mudanças sociais por causa da quarta revolução industrial", declarou o primeiro-ministro tailandês, Prayut Chan-ocha, no discurso de abertura.
Sob o lema "Avançando juntos para a sustentabilidade", o bloco procura em Bangcoc progredir em medidas favoráveis ao meio ambiente enquanto vários países da região reforçam suas leis para proibir a importação de resíduos não recicláveis.
Durante a cúpula, os países esperam assinar a batizada "Declaração de Bangcoc sobre o lixo nos mares" para atalhar o problema da poluição dos oceanos em alguns dos países do mundo que mais poluem as águas.
Em relação à cúpula deste fim de semana, o grupo ecologista Greenpeace pediu aos líderes do Sudeste Asiático "a imediata proibição de todas as importações de resíduos plásticos", assim como reduzir o plástico de uso único e promover a economia circular que não produza resíduos, entre outras medidas.
Desde que a China proibiu em 2018 a importação de resíduos plásticos não recicláveis, os envios se transferiram em grande parte a países do Sudeste Asiático como Malásia, Filipinas e Indonésia.
A ASEAN - criada em 1967 e formada pela Mianmar, Brunei, Cambodja, Filipinas, Indonésia, Laos, Malásia, Singapura, Tailândia e Vietnã - é um firme partidário do multilateralismo e espera se transformar para o ano 2030 no quarto bloco econômico mais importante do mundo.
Para isso, os ministros de Relações Exteriores e os titulares de Economia das dez nações da Associação do Sudeste Asiático conversaram neste sábado sobre a maneira de dar um impulso comum à Associação Econômica Integral Regional (RCEP), um tratado de livre-comércio que criaria a maior aliança econômica do mundo ao reunir quase 40% do PIB mundial.
As conversas sobre o RCEP, nas quais participam as nações da ASEAN junto com Austrália, China, Coreia do Sul, Índia, Japão e Nova Zelândia - com uma população conjunta de 3,4 bilhões de pessoas -, devem concluir no final de ano.
A porta-voz do Ministério tailandês de Relações Exteriores, Busadee Santipitaks, também afirmou aos veículos de imprensa que os líderes buscarão um consenso sobre o "Código de Conduta no Mar da China Meridional", região onde alguns dos países da ASEAN mantêm uma disputa territorial com a China.
O presidente filipino, Rodrigo Duterte, indicou ontem à noite em Manila antes de partir para a capital tailandesa que não é correto que a China propaganda "um oceano inteiro", reivindicações soberanistas que se chocam com as pretensões de Filipinas, Vietnã, a Malásia e Brunei, e além de Taiwan.
Os líderes políticos também conversarão sobre a crise rohingya, suscitada em 2017 pela operação do Exército birmanês no oeste do país e que provocou a fuga a Bangladesh de cerca de 728 mil membros desta minoria étnica não reconhecida por Mianmar. EFE
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