Putin aceita envio de especialistas alemães e franceses ao estreito de Kerch
Moscou, 18 jan (EFE).- O presidente da Rússia, Vladimir Putin, aceitou a proposta de Berlim de enviar especialistas alemães e franceses ao estreito de Kerch para comprovar que Moscou garante a livre navegação entre os mares Negro e Azov, anunciou nesta sexta-feira o ministro de Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov.
"(A chanceler alemã, Angela) Merkel propôs ao presidente Putin permitir que especialistas alemães viajassem para a região do estreito de Kerch e observassem como se realiza o trânsito... E o presidente aceitou", disse Lavrov em entrevista coletiva conjunta com o seu homólogo alemão, Heiko Maas.
Lavrov acrescentou que pouco depois Merkel pediu a Putin que permitisse também que os especialistas franceses se somassem a tal missão e o presidente russo também deu sinal verde.
"Mas já passou mais de um mês e não vimos nenhuma chegada", afirmou o ministro russo.
Nesse sentido, disse que tal visita de inspeção pode acontecer em "qualquer momento", mas se a proposta alemã exigir o consenso da parte ucraniana, como ressaltou hoje Maas, o processo pode ser esgotado.
Em todo caso, o chefe da diplomacia russa lembrou que tal trânsito deve incluir o respeito a normas de segurança na ponte da Crimeia, construída em maio de 2018, que une a península com a Rússia continental.
Por sua parte, Maas explicou que Berlim e Paris querem verificar que o livre trânsito através do estreito de Kerch está garantido, embora Kiev não tenha denunciado impedimentos à navegação nas últimas semanas.
"Acredito que este pode ser um assunto a tratar nas próximas semanas. Hoje não acordamos nada a respeito, mas estamos abertos a continuar o diálogo para exercer algum papel e assumir algum tipo de função", declarou o ministro alemão.
No último dia 25 de novembro três navios ucranianos foram retidos pela Guarda Costeira russa por violar as águas territoriais perto da península da Crimeia, após o que Kiev acusou Moscou de "agressão" e declarou estado de exceção em dez regiões do país.
No meio de uma condenação internacional unânime, Putin defendeu o uso da força contra os navios - a Guarda Costeira russa chegou a abrir fogo - e seus 24 tripulantes, que foram reclusos em prisão preventiva pelo menos até o próximo mês de abril.
A Ucrânia acusa o Kremlin de restringir o trânsito para transformar Azov, mar interior partilhado por russos e ucranianos, em uma área sob controle russo, enquanto Moscou assegura que simplesmente quer garantir a segurança da ponte da Crimeia. EFE
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