Paraguai pedirá extradição de ativistas se Brasil revogar asilo político
Assunção, 15 jan (EFE).- O governo do Paraguai solicitará a extradição de três ativistas de esquerda processados no país pelo sequestro de uma mulher em 2001, se o Brasil revogar o status de refugiados políticos que lhes concedeu, disse nesta terça-feira o chanceler paraguaio, Luis Alberto Castiglioni.
O que o governo do Paraguai quer é que Juan Francisco Arrom, Anuncio Martí e Víctor Colman, que estão no Brasil desde 2003, se submetam à Justiça paraguaia, por isso na última quinta-feira pediu de forma oficial ao governo brasileiro que revogue seu status de refugiados políticos.
Castiglioni mostrou-se otimista sobre a possibilidade de o governo de Jair Bolsonaro responder favoravelmente ao pedido do Paraguai e ressaltou que são "uma boa notícia" as últimas declarações do presidente de que o Brasil "não mais será refúgio de marginais ou bandidos travestidos de presos políticos".
A Justiça paraguaia acusa Arrom, Martí e Colmán do sequestro, em novembro de 2001, de María Edith Bordón, nora do ex-ministro da Fazenda Enzo Debernardi.
Antes do julgamento, Arrom e Martí desapareceram e foram libertados com sinais de tortura, para depois fugirem para o Brasil. O caso está sob análise da Corte Interamericana de Direitos Humanos, que deve decidir no dia 7 de fevereiro se considera o Paraguai responsável por violar os direitos humanos de ambos com torturas, o que o governo do país nega.
Sobre a questão, Castiglioni reiterou que o governo "não vai permitir que se cometa uma injustiça com o Paraguai" e está trabalhando na estratégia de defesa. EFE
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