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Brasil monitora brasileiros na Síria e pede respeito ao direito humanitário

Rebeldes apontam armas em Damasco após chegada na capital síria - Getty Images/Getty Images
Rebeldes apontam armas em Damasco após chegada na capital síria Imagem: Getty Images/Getty Images
do UOL

Do UOL, em Brasília

08/12/2024 14h14

O governo federal acompanha a situação dos brasileiros na Síria depois que o ditador Bashar al Assad perdeu o poder.

O que aconteceu

O Ministério das Relações Exteriores pediu respeito ao direito internacional humanitário. A solicitação ocorreu por meio de nota que também ressalta não haver registro de morte de brasileiros.

A orientação do Itamaraty é que os brasileiros que estão na Síria deixem o país. O trabalho de monitoramento da situação é liderado pela Embaixada do país em Damasco. Um telefone foi disponibilizado às pessoas que necessitam de informações: +963 933 213 438.

Bashar al Assad fugiu depois de perder o poder. A Rússia, um dos principais aliados do ditador, confirmou a fuga. O ex-líder sírio embarcou em um avião no momento que os rebeldes entravam na cidade. O destino dele não foi revelado.

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Bashar al-Assad fugiu da Síria para lugar não revelado após perda de poder
Imagem: Sana/AFP

Quem derrubou Assad

A Síria vivia uma guerra civil desde a primavera árabe. Bashar al Assad manteve o controle do país porque contava com apoio da Rússia e Irã. Ocorre que os dois aliados perderam a capacidade de ajudar, o que deixou o regime frágil.

Rebeldes se aliaram e derrubaram o regime. A principal liderança que tirou al Assad do poder é Abu Mohammed al-Jolani, chefe do grupo islamista HTS (Organização para a Libertação do Levante).

A organização tem origem na Al Qaeda. Ela é considerado terrorista pelos Estados Unidos, pela União Europeia e pela Turquia. Seus integrantes lutam contra Al Assad desde o começo da guerra civil, em 2011.

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Abu Mohamed al-Jolani liderou a ofensiva que derrubou o regime Sírio
Imagem: OMAR HAJ KADOUR/AFP

Promessa de democracia

O novo governo da Síria prometeu democracia. A afirmação consta de um comunicado que também fala em estado livre e foi assinado pelo Conselho Nacional de Transição da Síria.

Existe preocupação de a guerra interna continuar. Vários grupos com diferentes ideologias e objetivos se juntaram para derrubar al Assad e divergências nos rumos do país podem levar ao fim da aliança e a novos combates.

Por enquanto, as declarações oficiais falam em pacificação do país. Mas o novo governo ressaltou que pessoas envolvidas com a ditadura de al Assad serão punidas.

Os rebeldes que assumiram o poder fizeram uma série de promessas. Os principais pontos são estes:

  • Preservar a unidade e a soberania do território sírio.
  • Proteger todos os cidadãos e suas propriedades, independentemente de suas afiliações.
  • Trabalhar para reconstruir o Estado e suas instituições com base na liberdade e na justiça.
  • Esforçar-se para alcançar uma reconciliação nacional abrangente e retornar os refugiados e pessoas deslocadas para suas casas com segurança e dignidade.
  • Responsabilizar todos aqueles que cometeram crimes contra o povo sírio, de acordo com a lei e a justiça.

Conclamamos o povo sírio a se unir e permanecer unido nesta fase histórica e afirmamos que a nova Síria não será monopólio de ninguém, mas uma pátria para todos,

Conselho Nacional de Transição da Síria

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