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Polícia prende 3 suspeitos por morte de delator do PCC; outros são ouvidos

A polícia prendeu três suspeitos pela morte de Vinicius Gritzbach, apontado como o delator do PCC e de agentes da força de segurança suspeitos de corrupção. O assassinato ocorreu no dia 8 de novembro, quando homens encapuzados acertaram ao menos dez tiros de fuzil na vítima no aeroporto de Guarulhos. Dois dos presos passaram por audiência de custódia no final da manhã deste sábado.

O que aconteceu

Marcos Henrique Soares Brito e Allan Pereira Soares foram presos e interrogados ontem. Eles negam envolvimento no crime e dizem que só ficaram sabendo da munição apreendida na delegacia (veja o relato deles abaixo). Ambos foram liberados hoje após audiência de custódia. Na ocasião, foram acompanhados pelo advogado Guilherme Vaz. O mandado de soltura, porém, ainda não foi emitido.

Policiais militares da Rota foram inicialmente na casa do motorista Allan Pereira Soares, 44. A ação ocorreu na Vila Curuçá, zona leste de São Paulo, segundo informação publicada por Josmar Jozino, colunista do UOL.

Em depoimento à polícia, Allan disse que os agentes estavam à procura do seu sobrinho. Ele contou ainda ter ligado para o seu sobrinho Marcos Henrique Soares Brito, 23, estudante de direito. Ele então teria ido de moto ao local, onde também acabou sendo preso.

Em outra ocorrência na madrugada de hoje, a polícia prendeu Matheus Soares Brito. Ele é irmão de Marcos Henrique e sobrinho de Allan Pereira. Na mesma ação, outras três pessoas foram detidas. Mas acabaram sendo liberadas após depor no DHPP (Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa) e liberadas após depoimentos.

O que diz a polícia

Segundo a polícia, Marcos foi o responsável por auxiliar na fuga de um dos envolvidos no assassinato do delator do PCC. Kauê Amaral Coelho, que está foragido, teria sido o responsável por indicar o local no aeroporto de Guarulhos onde estava o empresário Vinicius Gritzbach antes de ele ter sido assassinado.

PM disse ter encontrado fuzis e carregadores compatíveis com os usados no assassinato. Segundo os agentes da Rota, o material estaria no carro de Allan e no baú da moto usada por Marcos para ir ao encontro dos agentes.

Suspeitos negaram as acusações em depoimento. Marcos confirmou que os policiais militares vistoriaram sua moto no momento em que chegou ao local, mas negou que tenham encontrado munição. Já Allan disse não ter presenciado o momento em que os agentes alegam ter encontrado munições e carregadores nos veículos.

O que disseram os suspeitos

Os policiais militares disseram que haviam encontrado munições dentro do automóvel. Mas não vi o que encontraram (...). Eles procuravam por Marcos, meu sobrinho. Telefonei para Marcos, pedindo para que ele voltasse para conversar com os policiais.

Marcos chegou ao local em sua motocicleta e se apresentou aos policiais, que revistaram o veículo. Mas, pelo que percebi, nada encontraram. Não presenciei nem vi o momento em que os policiais encontraram munições tanto no meu carro quanto na moto.
Trechos do depoimento de Allan Pereira Soares

Somente quando estavam em deslocamento para a delegacia, os policiais pararam na Avenida Assis Ribeiro, onde permaneceram por cerca de 20 minutos, e perguntaram se tinha capacete no baú da moto e aí os policiais olharam o conteúdo, sendo que nada falaram.

No baú da moto continha uma capa de chuva e papéis sem nenhuma importância. Perguntado em que momento tomou conhecimento sobre as munições, disse que tinha ouvido apenas sobre as munições no carro, mas que em nenhum momento soube dos policiais sobre munições em sua moto.
Trechos do depoimento de Marcos Henrique Soares Brito

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