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Reino Unido terá eleições legislativas em 4 de julho

22/05/2024 14h26

O primeiro-ministro conservador Rishi Sunak convocou, nesta quarta-feira (22), eleições legislativas no Reino Unido para o dia 4 de julho, nas quais as pesquisas preveem uma vitória clara da oposição trabalhista.

"Hoje falei com sua majestade, o rei, para pedir a dissolução do Parlamento. O rei aceitou este pedido e celebraremos eleições gerais em 4 de julho", anunciou Sunak, debaixo de chuva, às portas de sua residência oficial em Downing Street. 

Com esse anúncio, vazado pouco antes pela imprensa britânica, Sunak coloca fim a meses de especulações, que previam que as eleições seriam mais para o fim do ano. 

As pesquisas dão aos trabalhistas (centro-esquerda), liderados por Keir Starmer, cerca de 45% dos votos, quase o dobro dos conservadores (20% a 25%), que estão no poder há quatorze anos.

"Durante as próximas semanas, lutarei por cada voto. Vou ganhar a sua confiança. E vou mostrar-lhe que apenas um governo conservador liderado por mim, que não coloque em risco a nossa estabilidade econômica conquistada com tanto esforço, pode restaurar o orgulho e a confiança em nosso país ", disse Sunak.

Starmer, declarou, por sua vez, que a eleição geral é "uma oportunidade de mudança positiva".

"Podemos acabar com o caos, podemos virar a página, podemos começar a reconstruir o Reino Unido e mudar nosso país", acrescentou.

- Momento propício -

As eleições deveriam ser marcadas para antes do final de janeiro de 2025 e, até o momento, Sunak havia se limitado a falar sobre eleições "no segundo semestre" do ano.

Mas uma série de boas notícias econômicas e o avanço do plano de expulsão de migrantes irregulares para Ruanda, teriam convencido Sunak a convocar o pleito. 

Pouco antes da convocação, o National Bureau of Statistics anunciou que a inflação de abril caiu para 2,3% em relação ao ano anterior, o nível mais baixo desde julho de 2021, depois de atingir 11% quando o premiê chegou ao poder em outubro de 2022.

"Espero que o meu trabalho desde que assumi o cargo de primeiro-ministro demonstre que temos um plano e estamos preparados para tomar as medidas ousadas necessárias para que nosso país prospere", afirmou ele, acrescentando que "os trabalhistas não têm planos" e, como resultado "o futuro só pode ser incerto para eles".

Resta saber se esses dados ajudarão a superar o desgaste causado por 14 anos dos conservadores no poder, o referendo do Brexit e depois pela sucessão de cinco primeiros-ministros em oito anos. 

Caso contrário, o próximo ocupante de Downing Street será Starmer, um ex-advogado de 61 anos.

- Vitória trabalhista nas eleições locais -

Os conservadores sofreram sua pior derrota em 40 anos nas eleições locais no início deste mês, culminando com a vitória dos trabalhistas em Londres (com a reeleição do prefeito Sadiq Khan) e em outras grandes cidades, como Manchester, Liverpool, Leeds e Sheffield. 

"Todos querem mudanças", resumiu Samuel Sackie, contador entrevistado pela AFP nas ruas de Londres, apesar do fato de que os trabalhistas "não propõem realmente uma política diferente da dos conservadores". 

"Já estava na hora", disse Stephen Mann, 55 anos, que trabalha no setor financeiro. "O governo atual não funciona mais, então pelo menos podemos avançar", acrescentou.

Com um sistema de votação de maioria simples em cada um dos 650 distritos eleitorais do Reino Unido, a situação está indo de mal a pior para os conservadores e mais de 60 de seus 344 deputados desistiram de se candidatar.

A posição de Sunak está ainda mais enfraquecida pelas brigas internas dos conservadores. 

Starmer, que aproximou o Partido Trabalhista do centro, sucedeu Jeremy Corbyn há quatro anos na liderança do partido, um defensor de uma ideologia mais esquerdista que sofreu um grave revés nas eleições legislativas de 2019.

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© Agence France-Presse

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