Assembleia Geral da ONU apoia candidatura palestina à adesão plena
Por Michelle Nichols
NAÇÕES UNIDAS (Reuters) - A Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) apoiou de forma esmagadora nesta sexta-feira a proposta palestina para se tornar membro pleno da ONU, reconhecendo-a como qualificada para participar e recomendando que o Conselho de Segurança "reconsidere o assunto favoravelmente".
A votação da Assembleia Geral, composta por 193 membros, serviu como uma pesquisa do apoio global à proposta palestina de se tornar membro pleno da ONU - uma medida que reconheceria efetivamente um Estado palestino - depois que os Estados Unidos vetaram a proposta no Conselho de Segurança no mês passado.
A assembleia adotou a resolução com 143 votos favoráveis e apenas nove contra - incluindo EUA e Israel - enquanto 25 países se abstiveram. A resolução não concede aos palestinos a condição de membros plenos da ONU, mas simplesmente os reconhece como qualificados para participar do órgão.
A resolução "determina que o Estado da Palestina deve, portanto, ser admitido como membro" e "recomenda que o Conselho de Segurança reconsidere a questão favoravelmente".
A pressão palestina pela adesão plena à ONU ocorre sete meses depois do início da guerra entre Israel e o grupo militante palestino Hamas na Faixa de Gaza, e enquanto Israel expande assentamentos na Cisjordânia ocupada, o que a ONU considera ilegal.
"Queremos paz, queremos liberdade", disse o embaixador palestino na ONU, Riyad Mansour, à assembleia antes da votação. "Um voto 'sim' é um voto a favor da existência palestina, não é contra nenhum Estado. É um investimento na paz."
"Votar 'sim' é a coisa certa a se fazer", disse ele em comentários que geraram aplausos.
De acordo com a Carta fundadora da ONU, a filiação está aberta a "Estados amantes da paz" que aceitem as obrigações contidas nesse documento e que sejam capazes e estejam dispostos a cumpri-las.
"Enquanto muitos de vocês estiverem 'odiando os judeus', não se importarão realmente com o fato de os palestinos não serem 'amantes da paz'", disse o embaixador israelense na ONU, Gilad Erdan, que falou depois de Mansour, a seus colegas diplomatas. Ele acusou a assembleia de destruir a Carta da ONU.
"Que vergonha para vocês", disse Erdan.
Um pedido para se tornar um membro pleno da ONU precisa primeiro ser aprovado pelo Conselho de Segurança e depois pela Assembleia Geral. Se a medida for novamente votada pelo conselho, é provável que tenha o mesmo resultado: um veto dos EUA.
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