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China envia 1 milhão de garrafas d'água para Maldivas ameaçada por aumento do nível do mar

28/03/2024 17h58

Mais de um milhão de garrafas de água mineral doadas pela China e obtidas do derretimento de geleiras no Tibete foram recebidas nas Maldivas, que estão ameaçadas de escassez de água potável em consequência da elevação do Oceano Índico, anunciaram as autoridades em um comunicado nesta quinta-feira (28). 

"A remessa de água gratuita já chegou às Maldivas", anunciou o Ministério das Relações Exteriores chinês, acrescentando que o governo havia "decidido usar a água para prestar assistência às ilhas em caso de escassez".

Cerca de 80% do arquipélago das Maldivas está a menos de um metro acima do nível do mar, o que o torna um dos países mais ameaçados pelas mudanças climáticas.

Em 2007, o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) da ONU alertou que um aumento entre 18 e 59 centímetros tornariam as Maldivas praticamente inabitáveis até o final do século.

A água, que chegou a bordo de 90 contêineres na semana passada, foi descarregada em Malé, de acordo com um funcionário da autoridade portuária. De acordo com o Ministério, a carga de água foi doada por Yan Jinhai, presidente da região autônoma de Xizang, ou seja, a região tibetana no Himalaia, a mais de 3.385 quilômetros de Malé, a capital das Maldivas.

"O presidente da região autônoma de Xizang havia declarado seu desejo de doar 1.500 toneladas de água potável ao país durante sua visita oficial em novembro", relembrou o comunicado à imprensa.

O Ministério também negou os relatos que circulam nas redes sociais de que a água seria destinada ao consumo do presidente pró-chinês Mohamed Muizzu, que foi eleito em setembro passado.

Maldivas entre duas rivais: China e Índia

O arquipélago, formado por 1.192 ilhotas de coral espalhadas por cerca de 800 km no Oceano Índico, é a meca do turismo de luxo e o destino preferido de celebridades e ricos de todo o mundo.

A superlotada ilha da capital Malé já não tem água potável subterrânea e depende de caras usinas de dessalinização para abastecer sua população.

Em dezembro de 2014, um incêndio na usina de dessalinização de Malé interrompeu o fornecimento de água por quase uma semana, causando pânico. Os rivais regionais Índia e China enviaram navios para produzir água potável até que a usina voltasse a operar.

A Índia considera o arquipélago como parte de sua esfera de influência, mas as Maldivas caíram no radar da China - seu maior credor externo - quando Muizzu chegou ao poder.

Ele visitou Pequim em janeiro, onde assinou uma série de acordos nos setores de infraestrutura, energia, marítimo e agrícola.

No início do mês, Nova Délhi começou a repatriar alguns de seus 89 soldados nas Maldivas a pedido do presidente do arquipélago, que lhes deu até 10 de maio para se retirarem.

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(Com informações da AFP)

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