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Qual a origem da Sexta-Feira Santa? Como surgiu?

Cena de "A Paixão de Cristo" (2004), de Mel Gibson - Reprodução
Cena de "A Paixão de Cristo" (2004), de Mel Gibson Imagem: Reprodução
do UOL

Do UOL, em São Paulo

07/04/2023 04h00

A Sexta-Feira Santa é uma data muito conhecida pelas famílias católicas, que tradicionalmente comem peixe neste dia. Apesar disso, muitos não compreendem a origem e o significado por trás dessa tradição.

Para os seguidores de Jesus Cristo, a Sexta-Feira Santa é o dia em que Jesus foi crucificado e morto. Já a Páscoa celebra a ressurreição de Cristo. Os judeus, por sua vez, celebram apenas a Páscoa, que relembra a liberação do povo judaico da escravidão no Egito.

A Semana Santa foi estabelecida pelos primeiros cristãos para relembrar os últimos passos de Jesus na Terra. No início, os cristãos celebravam tudo de uma vez só, aos domingos, como a Páscoa.

A partir do século IV, os cristãos que viviam em Jerusalém decidiram celebrar a Semana Santa de forma separada, dando origem à tradição atual.

A Semana Santa começa no Domingo de Ramos, que é o domingo antes da Páscoa e marca a entrada de Jesus em Jerusalém. Na quinta-feira, ocorreu a Última Ceia de Jesus, quando ele lavou os pés dos discípulos. Na sexta-feira, foi realizada a crucificação de Jesus. Já no domingo, ocorreu a ressurreição.

A data em que o domingo de Páscoa ocorre varia a cada ano, o que faz com que os católicos mais tradicionais possam se preparar para ficar sem carne em dois dias específicos: a Quarta-feira de Cinzas e a Sexta-Feira Santa.

A abstinência de carne é uma questão de praticar a caridade, segundo os padres consultados. A carne sempre foi um alimento caro e, por meio da abstinência, a pessoa era levada a ajudar outras pessoas.

A privação de carnes deve vir aliada à reflexão e não apenas restringir o cardápio. A igreja orienta em relação ao jejum e abstinência, mas também a colocar em prática a caridade, a oração e um pouco mais de silêncio e recolhimento, contendo um pouco a euforia.

O padre e professor do departamento de Teologia da PUC-RJ, Anderson Batista Monteiro, alerta que a Sexta-Feira Santa não é um dia para comer peixes nobres, mas sim para relembrar e refletir espiritualmente.

"É um dia para que o corpo reze. Enquanto padre, sempre recordo que não é o dia da peixada. É dia de comer pouco", afirma.

Fontes:

Anderson Batista Monteiro, padre e professor do departamento de Teologia da PUC (Pontifícia Universidade Católica) do Rio de Janeiro.

Fabio de Souza Balbino, padre e professor do departamento de Teologia da PUC-Rio.

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