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Pará deverá ter lamidora de aço em projeto de chinesa CCCC apoiado por Vale

Por Roberto Samora

23/05/2019 09h36

Por Roberto Samora

SÃO PAULO (Reuters) - O grupo China Communications Construction Company (CCCC) e a mineradora Vale darão nesta quinta-feira o primeiro passo para a instalação de uma laminadora de aço no Pará, com um investimento de 450 milhões de dólares, informou o governo paraense.

De acordo com a Vale, pelo protocolo de intenções a ser assinado nesta quinta-feira, a empresa apoiará o projeto através da emissão de garantias que viabilizem o financiamento a ser contratado pela Concremat/CCCC, "em valores a serem acordados posteriormente e inferiores ao valor do investimento total".

"Essa forma de apoio é eficiente por minimizar o compromisso financeiro da Vale, em linha, portanto, com nosso pilar estratégico de alocação de capital eficiente", disse a Vale em nota o mercado.

A usina será instalada em Marabá, sudeste do Estado, de acordo com protocolo de intenções, segundo informação do governo do Estado.

Esse pode ser um movimento importante para agregar valor ao minério de ferro, produzido em larga escala pela Vale no Estado, onde a companhia opera o complexo de Carajás.

"Pela primeira vez em mais de quatro décadas de exploração mineral no território paraense, o Pará dispõe de um novo modelo produtivo para a cadeia do minério de ferro, que torna possível a implantação de uma usina laminadora de aço em Marabá...", disse o governo do Pará em nota.

Segundo o governo, o empreendimento tem "capacidade para alavancar a economia de dezenas de municípios mineradores, produtores de matéria-prima de alta qualidade, com grandes estoques para assegurar produtos de ponta", para os mercados da construção civil, de equipamentos agrícolas, de empresas automotivas e de máquinas e equipamentos.

O anúncio do memorando ocorre em um momento em que a Vale tem lidado com as consequências do desastre mortal de Brumadinho (MG), que levou a companhia a registrar prejuízo líquido de 1,64 bilhão de dólares no primeiro trimestre. O desastre provocou ainda o primeiro Ebitda ajustado negativo da história da mineradora.

Em teleconferência de resultados no início do mês, a Vale afirmou que poderá levar até três anos para voltar a atingir ritmo de produção de minério de ferro antes planejado para 2019, que seria um recorde, em meio a uma nova agenda que coloca em primeiro plano segurança e excelência operacional, em resposta ao desastre de Brumadinho.

"O protocolo de intenções reforça o compromisso da Vale e fortalece o apoio à licença para operar no Estado do Pará, em linha com o pilar estratégico de criação de um novo pacto com a sociedade e foco na atuação como vetor de desenvolvimento econômico local", acrescentou a companhia em nota nesta quinta-feira.

As ações da Vale recuavam 1,6 por cento às 11h, enquanto o Ibovespa tinha baixa de 0,95 por cento.

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