Bolsonaro admite "dificuldades" e promete ajuda a áreas atingidas por ciclone
Por José de Castro e Lisandra Paraguassu
(Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro disse que o governo federal vai se colocar à disposição de prefeitos e do governador de Santa Catarina para ajudar na recuperação de áreas atingidas por um ciclone bomba que deixou pelo menos dez mortos no sul do país nesta semana e acrescentou que o governo tem "dificuldades" porque passou a trabalhar de forma diferente de anteriores.
Bolsonaro sobrevoou áreas do Estado catarinense neste sábado e em seguida deu entrevista a um TV local. Ao comentar sobre danos causados pelo ciclone, o presidente disse que o governo está trabalhando "mais agora, de forma mais integrada".
Bolsonaro falou ainda sobre a pandemia e voltou a defender o uso da hidroxicloroquina como tratamento ao Covid-19, a doença causada pelo coronavírus, dizendo que cada vez mais no Brasil e no mundo o uso "precoce" do medicamento tem surtido efeito.
"Então nós apelamos àqueles que ainda resistem, né, no tocante a esse protocolo, e como é protocolo é algo oficial, que realmente entendam que o único, a única prevenção no momento, o único tratamento que temos é a hidroxicloroquina enquanto não chega a vacina", disse, adicionando que o Brasil se aliou "muito bem" à Inglaterra e a outros países na busca pela vacina.
"Então o governo federal continua trabalhando incessantemente para minorar o sofrimento, não só físico, né, evitando mortes e também evitando que o desemprego assole o nosso país."
Na sexta-feira, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou o novo teste para potencial vacina contra o novo coronavírus desenvolvida pela empresa chinesa Sinovac.
O Brasil é segundo país no mundo com mais casos oficiais de Covid-19, atrás apenas dos EUA. Na véspera, o Ministério da Saúde divulgou 42.223 novas infecções diárias pelo novo coronavírus, o que elevou o total a 1.539.081. A pasta relatou ainda 1.290 novas mortes pelo vírus, com o total indo a 63.174.
"DIFICULDADES"
Comentando sobre o setor de turismo, um dos mais afetados pela crise atual, Bolsonaro disse que "enquanto essa pandemia não for dissipada, não temos boas notícias para o turismo". "Mas tão logo nós fiquemos livres dela, pode ter certeza que esse trabalho (no turismo), que continua no momento, chegará mais forte para que o Brasil mostre ao mundo o seu potencial, que é enorme nessa área."
Segundo Bolsonaro, o governo respeita a liberdade de expressão, chamada por ele de "um dos pilares da democracia", a Constituição "acima de tudo" e também os Poderes.
"Agora, temos dificuldades, sim, porque o governo passou a trabalhar de forma diferente de anteriores", afirmou, sem detalhar.
"Nós temos um grupo de 23 ministros, todos técnicos, que trabalham realmente com o coração para que o Brasil ocupe o lugar de destaque que ele merece, tendo em vista o seu grande potencial que existe."
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