União Europeia autoriza uso do antiviral Remdesivir contra a Covid-19
A Comissão Europeia autorizou provisoriamente nesta sexta-feira (3) o uso do remédio antiviral Remdesivir para o tratamento de pacientes com coronavírus na União Europeia (UE), após a aprovação da Agência Europeia de Medicamentos (EMA).
Bruxelas finalmente autorizou a venda e compra do medicamento antiviral Remdesivir. Este tratamento é o primeiro a ser usado exclusivamente para melhorar os sintomas dos pacientes com Covid-19, embora tenha sido originalmente criado para o vírus Ebola.
A liberação do antiviral para a doença ocorre após a recomendação da semana passada feita pela Agência Europeia de Medicamentos. De acordo com estudos, os pacientes de Covid-19 que usam Remdesivir recuperam uma média de 4 a 6 dias antes do que o resto dos pacientes.
"Nós concedemos essa autorização menos de um mês após o envio do pedido", disse a comissária de saúde, Stella Kyriakides, para quem isso demonstra "a determinação da UE em responder rapidamente" a novos tratamentos.
A autorização condicional de introdução no mercado é reservada nno bloco europeu para os medicamentos cujos benefícios são estimados em maiores do que seus riscos, apesar de ainda não terem dados completos sobre a eficacia do antiviral contra a doença. A duração da autorização é de um ano, renovável por mais um ano.
Tensão com Estados Unidos
A autorização de seu uso ocorre em plena tensão com os Estados Unidos, depois que o governo Donald Trump confirmou que o país havia comprado as reservas mundiais do mremédio pelos próximos três meses.
Portanto, a Comissão Europeia está agora em negociações com a Gilead, empresa que produz o Remdesivir, para garantir que todos os países europeus também tenham acesso a ele.
Esse movimento dos Estados Unidos provocou temores na Europa, porque se os norte-americanos já quiseram monopolizar todo o Remdesivir, o que Donald Trump não poderá fazer ao criar uma vacina? Por esse motivo, Bruxelas também está discutindo com várias empresas farmacêuticas para que Washington não tente controlar todas as ações.
A molécula do laboratório norte-americano Gilead Sciences foi desenvolvida para tratar pacientes com febre hemorrágica do Ebola, sem sucesso, mas durante um estudo nos Estados Unidos, mostrou alguma eficácia contra a Covid-19.
Seu uso já foi autorizado em casos de emergência nos Estados Unidos e no Japão.
Em sua recomendação, antes da autorização da Comissão com a aprovação dos 27 países europeus, a EMA propõe seu uso para adultos e adolescentes a partir dos 12 anos que sofrem de pneumonia causada por Covid-19 e precisam de oxigênio.
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