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Rússia é banida de competições esportivas e fica fora das Olimpíadas de Tóquio e da Copa do Qatar

09/12/2019 14h11

A Rússia foi banida de competições esportivas internacionais por quatro anos, incluindo os jogos Olímpicos de Tóquio no ano que vem, as Olimpíadas de inverno de Pequim e a Copa do Mundo de futebol do Qatar em 2022. A exclusão foi anunciada nessa segunda-feira (9) pela Agência Mundial Antidoping (Wada, da sigla em inglês), em Lausanne na Suíça.

A Wada acusa a Rússia de ter adulterado dados de controle de doping de seus atletas entregues à entidade. O comitê também decidiu por unanimidade que a Rússia não poderá sediar nem organizar nenhum evento esportivo durante este período. Além disso, nenhum representante do governo russo poderá participar de nenhuma federação esportiva internacional que tenha assinado o código mundial antidoping. Os esportistas do país que provarem não ter nenhum envolvimento com o esquema de doping do governo russo, poderão participar sob bandeira neutra.

Não é a primeira vez que o país é impedido de participar de competições internacionais. Desde a revelação de fraude nos resultados da Rusada, a agência russa antidoping, em 2010, o Comitê Olímpico Internacional recomendou que a Rússia fosse suspensa de competições internacionais. Nas olimpíadas de 2016 no Rio de Janeiro, 111 atletas foram impedidos de competir. Já nas olimpíadas de inverno em Pyeongchang, em 2018, a bandeira russa foi banida e uma seleção de atletas participou como "atletas olímpicos russos".

"Histeria anti-russa"

A Rússia pode recorrer da decisão no Tribunal Arbitral do Esporte e tem 21 dias para apresentar o recurso. O primeiro-ministro russo Dmitri Medvedev afirmou que a sanção é resultado de uma "histeria anti-russa crônica" e que os atletas já foram punidos. Ele admitiu que o país tem um sério problema de dopagem, mas afirmou que as instâncias esportivas russas devem recorrer dessa decisão.

Para o chefe da Rusada, Iouri Ganous, que acusou as autoridades russas de falsificação de dados, a situação era previsível e é improvável que a Rússia consiga escapar da sanção.

Já entre os atletas e as federações, as reações foram de consternação e de revolta. Segundo eles, as sanções punem os esportistas que não estão envolvidos no escândalo, e não os culpados. Por outro lado, a ideia de competir sob a bandeira neutra deve acabar sendo aceita como saída viável. "Claro que temos que brigar no Tribunal Arbitral do Esporte", disse o chefe da federação de ginástica Vassili Titov. Mas para ele, independentemente do resultado do processo, os atletas devem participar "e em nenhum caso boicotar".

O presidente da Federação de natação, Vladimir Salnikov, disse à imprensa que prefere que os esportistas russos participem sob a bandeira de seu país e escutem seu hino nacional, "mas as circunstâncias podem ser outras e ninguém tem direito de privar os atletas de seus sonhos", afirmou.

 

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