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Manifestantes na Alemanha dizem a montadoras de veículos que a "festa acabou"

14/09/2019 16h55

Por Ilona Wissenbach

FRANKFURT (Reuters) - Milhares de manifestantes fizeram um protesto diante do salão do automóvel de Frankfurt neste sábado para exigir fim rápido dos motores a combustão e mudança para veículos ambientalmente corretos, em um momento em que a chanceler Angela Merkel prepara-se para revelar um pacote de medidas de proteção do clima.

A polícia em Frankfurt afirmou que cerca de 15 mil pessoas, incluindo muitos ciclistas, participaram da manifestação. Organizadores afirmaram que o protesto reuniu 25 mil pessoas, incluindo 18 mil ciclistas.

"PAREM SUVS", "SUV não é legal" e "Não podemos trocar nossos pulmões" eram dizeres que podiam ser lidos em placas carregadas pelos manifestantes.

O governo de Merkel reuniu-se na sexta-feira para discutir um pacote de medidas que deve acelerar o interesse da Alemanha em dobrar para 65% a participação de energia gerada a partir de fontes renováveis até 2030. O governo deve revelar as medidas em 20 de setembro.

"Chega de políticas que priorizam carros em nossas cidades", disse Ernst-Christoph Stolper, vice-presidente da Amigos da Terra Alemanha. "Pedestres e ciclistas precisam conquistar os espaços urbanos que pertencem a nós."

Os protestos querem que as montadoras de veículos da Alemanha acelerem a transição para as tecnologias de motores elétricos e movidos a hidrogênio.

As três maiores montadoras da Alemanha, Volkswagen, Daimler e BMW, afirmam que em 10 anos cerca de metade de seus veículos não emitirão poluentes.

Montadoras de veículos devem investir cerca de 40 bilhões de euros em tecnologias alternativas de propulsão nos próximos três anos.

A morte de quatro pedestres, incluindo um menino de 3 anos, em uma rua de Berlim este mês, em um acidente causado por motorista de uma SUV da Porsche que aparentemente perdeu o controle do veículo, disparou debate sobre se as cidades deveriam proibir a circulação de grandes veículos.

"Indústria de veículos, a festa acabou", disse Christoph Bautz, da organização Compact, que defende políticas progressistas.

(Por Joseph Nasr)

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