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Irlanda pagará 20 mil euros a 200 mulheres com diagnóstico errôneo de câncer

19/06/2019 08h29

Dublin, 19 jun (EFE).- O governo da Irlanda compensará com 20.000 euros cada uma das mais de 200 mulheres que se viram afetadas por irregularidades em um programa de detecção do câncer do colo de útero, algumas das quais já morreram.

O ministro da Saúde irlandês, Simon Harris, confirmou nesta quarta-feira que seu departamento autorizou o pagamento de compensações às vítimas de um escândalo revelado no ano passado.

Um grupo de 221 mulheres com esse tipo de câncer deveria ter recebido um tratamento diferente, segundo estabeleceu o programa público de saúde irlandês CervicalCheck, após revisar os resultados do testes originais efetuados por dois laboratórios de Dublin e um dos Estados Unidos.

Os meios de comunicação nacionais repercutiram o caso no ano passado, depois que a companhia Clinical Pathology Laboratories Inc de Austin (EUA) aceitou compensar com 2,5 milhões de euros a irlandesa Vicky Phelan, em quem não diagnosticou corretamente seu câncer cervical, agora terminal.

Harris explicou hoje que um tribunal especial examinará em privado cada caso durante os próximos meses para determinar se houve algum tipo de negligência e determinar o pagamento das compensações.

Phelan, de 44 anos, processou em 2018 o Serviço de Saúde irlandês (HSE, na sigla em inglês) e o citado laboratório americano pelos erros cometidos ao efetuar um exame citológico para detectar o tumor cervical.

O teste enviado pelo HSE à companhia texana em 2011 indicaram que a paciente estava "livre de anomalias", segundo explicaram seus advogados durante o julgamento realizado no Tribunal Superior de Dublin.

No entanto, outro exame efetuado em 2014 confirmou que Phelan padecia dessa patologia e, em janeiro de 2018, foi informada que agora lhe restam entre seis e 12 meses de vida.

Seus advogados asseguraram durante o processo que, se o câncer tivesse sido detectado a tempo, poderia ter aumentado em até 90% suas possibilidades de cura e sobrevivência. EFE

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