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Em menos de 10 minutos, Bolsonaro abordará Venezuela e liberalismo em Davos

21.jan.2019 - Presidente Jair Bolsonaro durante entrevista à imprensa em Davos (SUI) - Alan Santos/PR
21.jan.2019 - Presidente Jair Bolsonaro durante entrevista à imprensa em Davos (SUI) Imagem: Alan Santos/PR
do UOL

Gustavo Maia

Do UOL, em Brasília

22/01/2019 04h00

Em sua primeira viagem internacional desde que tomou posse, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) vai aproveitar o discurso que fará nesta terça-feira (22) no Fórum Econômico Mundial, na Suíça, para denunciar a crise humanitária na Venezuela e manifestar a intenção de tornar o Brasil "mais aberto ao mundo", com foco no liberalismo econômico.

Segundo um integrante da comitiva presidencial que está em Davos, nos Alpes Suíços, e falou ao UOL sob condição de anonimato, Bolsonaro deve falar por menos de 10 minutos -"sete ou oito", adotando as linhas gerais "de sempre" do seu discurso.

Ele contou que o presidente aproveitou o voo para a Europa para ensaiar o pronunciamento, que será lido na plenária do fórum, espaço nobre do evento que reúne anualmente a elite econômica e política do mundo.

De acordo com a assessoria da Presidência, o tempo total previsto para a participação de Bolsonaro é de 45 minutos, sendo o primeiro terço reservado para uma reunião privada com Klaus Schwab, fundador do fórum. O presidente então discursará em público e, ao final, responderá a uma sessão de perguntas feitas por Schwab.

Em breve entrevista coletiva na chegada ao país europeu, Bolsonaro disse que fará um discurso "muito curto, objetivo", para expor medidas que está tomando, segundo ele, para que o mundo restabeleça a confiança no Brasil.

Ainda de acordo com o presidente, o texto foi feito e corrigido por vários ministros, "para que nós déssemos o recado mais amplo possível de um novo Brasil que se apresenta com a nossa chegada ao poder".

A reportagem apurou que os principais interlocutores de Bolsonaro na elaboração do pronunciamento foram o chanceler Ernesto Araújo e o general Augusto Heleno, ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional).

Além deles, outros três integrantes do primeiro escalão do governo acompanham o presidente na viagem: Paulo Guedes (Economia), Sergio Moro (Justiça e Segurança Pública) e Gustavo Bebianno (Secretaria-Geral da Presidência).

Um dos filhos do presidente, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) também foi a Davos.

Conforme relatou o membro da comitiva ouvido pelo UOL, Bolsonaro vai dizer que o Brasil "não vai mais compactuar e apoiar ditaduras sanguinárias como a da Venezuela", e nem financiá-las.

Esta será uma referência indireta às relações dos governos dos ex-presidentes petistas Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff com ditadores africanos, segundo a fonte.

Ao falar sobre o país comandado por Nicolás Maduro, ele vai apontar os problemas que estão ocorrendo na fronteira com o Brasil nos termos de "crise humanitária", decorrentes de um sistema ditatorial.

Bolsonaro: queremos que o mundo restabeleça a confiança no Brasil

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"Sem viés ideológico"

Na conversa com a imprensa em Davos, Bolsonaro disse ainda que quer mostrar, por meio do ministro Paulo Guedes, que o país está preparado para que os negócios voltem a florescer entre o Brasil e o mundo "sem o viés ideológico".

"Que nós possamos ser um país seguro para investimentos, e, em especial, para o agronegócio, muito importante para nós. É o nosso commodity mais caro. Queremos ampliar esse tipo de comércio para mostrar para eles que o Brasil mudou", declarou.

O presidente afirmou que não vai apresentar "particularidades" sobre as privatizações que seu governo pretende fazer, sob responsabilidade de Guedes. Segundo ele, a agenda detalhada ainda apresentada. "Certeza de que faremos boas privatizações", concluiu.

Bolsonaro ficará em Davos até quinta-feira (24), quando retorna ao Brasil. Na segunda que vem (28), ele será submetido a uma cirurgia para retirada da bolsa de colostomia que usa desde que foi esfaqueado durante um ato de campanha eleitoral, em setembro do ano passado.

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