França: primeiro-ministro François Bayrou escapa de moção de censura após menos de um mês no cargo
Os deputados franceses rejeitaram nesta sexta-feira (16) uma moção de censura contra o primeiro-ministro François Bayrou, menos de um mês após a sua nomeação para chefiar o governo da França. O projeto de lei apresentado pela oposição foi analisado esta tarde na Assembleia Nacional, quando os socialistas decidiram, em sua maioria, se dissociar do restante da esquerda.
O resultado foi anunciado pela presidente da Assembleia Yaël Braun-Pivet. A moção recebeu 131 votos, bem menos do que os 289 votos necessários para derrubar o primeiro-ministro.
François Bayrou busca apoio para o que chama de uma nova página política francesa, com um comportamento parlamentarista baseado no "diálogo" e no "compromisso" e não no "confronto".
Em busca desse objetivo, o primeiro-ministro conduziu intensas negociações com a oposição, durante toda a semana passada, e até o último minuto nesta quinta-feira, a fim de evitar a sua saída precoce.
Depois de muita hesitação, o partido Socialista (PS) decidiu finalmente não votar nesta primeira moção contra Bayrou. Entre os 131 deputados que votaram a favor, apenas oito eram socialistas.
O partido de extrema direita Reunião Nacional já havia anunciado que não votaria desta vez com a Nova Frente Popular.
O primeiro-secretário do PS, Olivier Faure, defendeu a opção do seu partido em encarnar "uma esquerda que propõe e avança", mostrando-se satisfeito com as concessões feitas por François Bayrou em prol da justiça fiscal, da educação nacional e uma retomada das discussões sobre a reforma da previdência, a "pedra angular" da negociação.
Na terça-feira (14), o centrista François Bayrou propôs renegociar a impopular reforma da Previdência do presidente Emmanuel Macron, em um gesto de aproximação com a esquerda para evitar uma rápida queda de seu governo.
No entanto, o dirigente do PS afirmou que o partido continuará "na oposição", reservando-se o direito de censurar o governo a qualquer momento.
O líder do partido da esquerda radical França Insubmissa, Jean-Luc Mélenchon, criticou no X uma decisão que "fratura" a aliança de esquerda. "Mas (o PS) capitulou sozinho. Os outros três grupos votaram pela censura", observou.
(Com AFP)