Califórnia recorre à Justiça para reverter tarifas de Trump
A Califórnia contestará nos tribunais as tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou, nesta quarta-feira (16), o governador do estado, o democrata Gavin Newsom.
A medida é a mais contundente até agora contra o "tarifaço" que abalou os mercados mundiais e deixou empresas de todo o país preocupadas com a incerteza.
"É o pior gol contra da história deste país", declarou Newsom. "Uma das coisas mais autodestrutivas que vivemos na história moderna dos Estados Unidos."
O gabinete de Newsom afirmou que a Califórnia pode perder bilhões de dólares em receitas se as políticas tarifárias de Trump reduzirem o comércio internacional.
Apenas quatro países têm um PIB maior que o da Califórnia, por isso o estado considera que deveria ter voz e voto nas decisões sobre o comércio internacional.
Em vídeo publicado no X, Newson denunciou "a autoridade unilateral reivindicada pelo governo Trump para impor o maior aumento de tributos da história moderna dos Estados Unidos".
"Em vez de se concentrar na criminalidade rampante na Califórnia, na indigência ou no baixo poder aquisitivo, Gavin Newsom gasta seu tempo tentando bloquear os históricos esforços do presidente Trump para abordar finalmente a emergência nacional de nosso país, o déficit persistente no comércio", reagiu sobre o processo um porta-voz da Casa Branca, segundo a imprensa local.
Segundo a imprensa local, a lei na qual Trump se apoia para impor essas tarifas não o habilita a taxar as importações americanas de forma unilateral.
"A Califórnia é o maior estado manufatureiro da nossa União, um dos maiores parceiros comerciais do mundo. Nenhum estado será mais afetado do que o estado da Califórnia", insistiu Newsom, cuja candidatura à presidência é esperada em 2028.
No início de abril, o governador já havia anunciado que o estado do oeste dos Estados Unidos começará a negociar acordos comerciais com países de todo o mundo para não ser afetado pelas possíveis retaliações contra os produtos americanos.
"Estamos pedindo ao tribunal que pare o presidente [...] e defenda a Constituição", disse à imprensa o procurador-geral da Califórnia, Rob Bonta.
"O presidente está agindo mais uma vez como se estivesse acima da lei, mas não está", acrescentou.
Esta é a mais recente das muitas ações judiciais que a Califórnia apresentou contra o governo Trump.
Estado mais populoso do país, com 39 milhões de habitantes, a Califórnia representa 14% do PIB americano. Berço da tecnologia, também é o maior produtor manufatureiro e agrícola do país.
Sua economia depende estreitamente da relação com o México, o Canadá e a China, todos alvos de Trump desde seu retorno à Casa Branca no final de janeiro.
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