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Sem provas, Trump diz que imigrantes ilegais nos EUA formam 'exército' para atacar norte-americanos

22.abr.2024 - O ex-presidente dos EUA, Donald Trump - Victor J. Blue/Pool via Reuters
22.abr.2024 - O ex-presidente dos EUA, Donald Trump Imagem: Victor J. Blue/Pool via Reuters

24/05/2024 09h53Atualizada em 24/05/2024 10h23

Por Helen Coster e Nathan Layne

NOVA YORK (Reuters) - O candidato republicano à Presidência dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou na quinta-feira, sem apresentar provas, que imigrantes de África, Oriente Médio e outros países estavam "formando um exército" para atacar os norte-americanos "por dentro", mais uma vez usando uma retórica inflamada sobre os imigrantes que estão ilegalmente nos EUA.

Durante um comício em um bairro de maioria hispânica e negra no South Bronx, em Nova York, Trump procurou retratar os imigrantes da China, da República Democrática do Congo e de outros países como uma ameaça violenta, mesmo que os estudos mostrem que os imigrantes não têm maior probabilidade de se envolver em crimes.

"Quase todos são homens e parecem ter idade para lutar. Acho que eles estão formando um exército", disse Trump a alguns milhares de apoiadores que se reuniram para ouvi-lo no Crotona Park, no South Bronx. "Eles querem nos atacar por dentro."

Ao longo de sua campanha, Trump tem usado repetidamente uma linguagem incendiária para acusar os imigrantes que estão ilegalmente nos EUA de fomentar crimes violentos, chamando-os de "animais" responsáveis por "envenenar o sangue" do país. Como prova, ele aponta para casos individuais de crimes, em vez de dados agregados.

"Não vamos deixar que essas pessoas entrem e tirem nossa cidade de nós e tirem nosso país", afirmou Trump, prometendo realizar "a maior operação de deportação de criminosos da história de nosso país" se for reeleito para a Casa Branca.

Trump também procurou vincular os níveis recordes de imigrantes pegos cruzando ilegalmente a fronteira entre os EUA e o México com a situação econômica dos eleitores negros e hispânicos, argumentando, sem provas, que os imigrantes estavam tomando seus empregos.

A decisão de Trump de discursar no Bronx foi, em parte, uma questão de conveniência. A agenda de sua campanha tem sido prejudicada por seu julgamento em Nova York sob acusação de ter falsificado registros comerciais para ocultar o pagamento de um suborno a uma estrela pornô. Em abril, ele fez uma aparição de campanha em uma loja de conveniência no Harlem, em Nova York.

Trump está em uma disputa acirrada com o presidente democrata Joe Biden antes da eleição de 5 de novembro. O comício no Bronx foi parte de seu esforço para explorar o enfraquecimento do apoio de Biden entre os eleitores hispânicos e negros.

Aproximadamente 55% dos moradores do condado do Bronx são hispânicos e cerca de um terço são negros, e a multidão na quinta-feira era mais misturada racialmente do que em seus comícios habituais, que são predominantemente brancos.

A campanha de Trump tinha uma permissão para que até 3.500 pessoas participassem do comício, informou o Departamento de Parques da Cidade de Nova York.

(Reportagem de Helen Coster em Nova York e Nathan Layne em Wilton, Connecticut; reportagem adicional de Susan Heavey em Washington)

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