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União Europeia promete mais armas de defesa antiaérea para Ucrânia e sanciona Irã

18/04/2024 06h51

Os chefes de Estado e de governo dos 27 países da União Europeia (UE) estão reunidos em uma cúpula em Bruxelas, na Bélgica. A crise do Oriente Médio foi o tema predominante da noite de quarta-feira (17) no encontro dos líderes europeus.

Julien Chavanne, correspondente especial da RFI em Bruxelas

Em Kiev, Volodymyr Zelensky tem a impressão de ser considerado um aliado de segunda categoria após o apoio dado a Israel pelos americanos, britânicos e franceses, enquanto o exército russo avança na frente oriental. Os europeus, mais uma vez, se comprometeram a acelerar suas remessas de armas.

Isso é o que Volodymyr Zelensky queria ouvir. As táticas de pressão do presidente ucraniano parecem ter dado resultado, com a UE se comprometendo, na quarta-feira, a entregar armas antiaéreas a Kiev o mais rápido possível.

"Não há tempo para palavras bonitas, precisamos de mais armas", insistiu Charles Michel, presidente do Conselho Europeu. "Tivemos uma boa discussão e entendemos que os países membros, especialmente aqueles com capacidade de produção, sabem que é muito importante fornecer mais sistemas de defesa aérea e mais munições", continuou.

Nesta cúpula, o presidente ucraniano pôde contar com o apoio ativo de vários países europeus, entre eles a Holanda e também a Lituânia. "Receio que estejamos perdendo a Ucrânia de vista. Todos os dias e todas as noites, as cidades ucranianas estão sendo bombardeadas", declarou o presidente lituano Gitanas Nauseda.

Olaf Scholz, chanceler da Alemanha, pediu que outros países sigam seu exemplo e entreguem os sistemas de defesa antimísseis Patriot. "É útil para a Ucrânia de imediato e queremos incentivar outros a fazer o mesmo", disse Scholz.

Berlim anunciou ainda no sábado (13) que estava enviando o sistema Patriot para ajudar a Ucrânia a combater os ataques russos em suas cidades e infraestrutura de energia, que se multiplicaram nas últimas semanas. Este é o terceiro sistema Patriot que Berlim fornece a Kiev.

"Obrigado, Olaf, por sua eficiência. No entanto, precisamos de mais", declarou Zelensky, enfatizando que o ataque de quarta-feira (17) à cidade ucraniana de Chernihiv, que matou 17 pessoas, demonstrou a urgência da situação.

No mesmo dia, o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jens Stoltenberg, incentivou os países da Aliança Atlântica a utilizar seus estoques em apoio à Ucrânia, mesmo que isso significasse reduzi-los temporariamente abaixo do nível recomendado pela Otan.

Volodymyr Zelensky está, portanto, obtendo novas promessas de seus aliados europeus. Mais uma vez, resta saber se essas promessas podem ser cumpridas o mais rápido possível diante do avanço do exército russo.

UE impõe sanções aos fabricantes de drones e mísseis iranianos

Ainda na quarta-feira, a União Europeia decidiu impor novas sanções contra o Irã, tendo como alvo os fabricantes de drones e mísseis, disse o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel. "Decidimos impor sanções contra o Irã porque queríamos enviar uma mensagem clara" após o ataque a Israel, disse ele no final da reunião de cúpula.

"Tivemos boas discussões e achamos que é realmente muito importante fazer tudo o que pudermos para isolar o Irã e trabalhar com os países da região para apoiar um processo de paz e negociações de paz. Apoiamos incondicionalmente a segurança de Israel. E estamos convencidos de que é extremamente importante nos envolvermos com os países da região para evitar mais tensão e escalada. Precisamos evitar uma escalada regional", continuou ele, acrescentando: "A ideia é atingir as empresas que têm um papel na fabricação de drones e mísseis".

Em seu comunicado adotado ao final da cúpula, os líderes da UE conclamaram "todas as partes a exercerem a máxima contenção e a se absterem de qualquer ação que possa aumentar as tensões na região".

O Irã lançou drones e mísseis em direção ao território israelense na noite de sábado em retaliação a um ataque em 1º de abril contra o anexo consular da embaixada iraniana em Damasco, na Síria, atribuído a Israel. Quase todos os mísseis e drones foram destruídos antes de atingir o território israelense. Esse foi o primeiro ataque direto do Irã contra Israel.

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