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Lula e Macron miram aliança de projeção global

28/03/2024 18h25

(ANSA) - BRASÍLIA, 28 MAR - "Guardo uma gratidão muito especial pelo Macron", afirmou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ao recordar o acolhimento que recebeu do presidente francês durante sua visita a Paris em novembro de 2021, quando ainda não era candidato à presidência.   

Esse gesto do líder de centro-direita "marcou profundamente minha vida", enfatizou o presidente de centro-esquerda no Palácio do Planalto.   

As lembranças de Lula sugerem que a afinidade entre os mandatários vai além das questões de Estado, possuindo também raízes pessoais.   

O clima no Planalto hoje (28) foi marcado por uma calorosa recepção, indo além do protocolar. Macron foi recebido pela Orquestra Maré do Amanhã, composta por jovens músicos de um complexo de favelas cariocas que Lula tem visitado em várias ocasiões nos últimos anos, simbolizando uma experiência de cidadania diante da violência imposta pelos narcotraficantes e pelas milícias.   

Os gestos de simpatia mútua entre Lula e Macron já haviam sido observados no primeiro encontro entre ambos em Belém, Pará, na terça-feira, rendendo várias fotografias e memes nas redes sociais.   

Lula, que usava sua tradicional gravata verde e amarela, destacou que a "maratona" de três dias de Macron pelo Brasil (passando por Belém, Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília) é um sinal do interesse mútuo em construir uma parceria estratégica especial.   

Dentre as potências ocidentais, "nenhuma está mais próxima do Brasil do que a França", assegurou o petista. Lula e Macron compartilham fortes concordâncias no combate contra as mudanças climáticas e na luta contra os avanços da ultradireita, como demonstrado no encontro de hoje.   

A ratificação do acordo em matéria de Defesa e sobre a futura construção de um submarino nuclear, assinado em 2008, revela o interesse em consolidar uma aliança de longo prazo com projeções geopolíticas. No entanto, nem todas as questões são coincidentes: os presidentes possuem pontos de vista diferentes em relação à guerra na Ucrânia e ao acordo de livre comércio entre a UE e o Mercosul.   

Apesar disso, nem Lula nem Macron estão dispostos a focar a agenda bilateral apenas nessas questões mais espinhosas. Nos próximos meses, será visto se este "aprofundamento" da relação, como mencionado por Lula em Belém, se traduzirá em iniciativas concretas que permitam construir um eixo diplomático entre Brasília e Paris. (ANSA).   

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