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A três meses da Eurocopa, como andam os grandes favoritos ao título?

27/03/2024 19h42

Faltando pouco menos de três meses para a Eurocopa na Alemanha (14 de junho a 14 de julho), e depois dos amistosos internacionais disputados em março, os últimos antes das convocações finais, como estão os favoritos ao título continental?

. ITÁLIA

A atual campeã europeia encerrou sua participação na data Fifa de março com duas vitórias em sua excursão pelos Estados Unidos: 2 a 1 contra a Venezuela e 2 a 0 diante do Equador. 

É verdade que a 'Nazionale' terá adversários de muito mais peso na Eurocopa (começando por Espanha, Croácia e Albânia na primeira fase), mas o equilíbrio deve inspirar confiança em uma seleção que viveu grandes decepções nos últimos anos, como a sua ausência nas duas últimas Copas do Mundo. 

O 'argentino' Mateo Retegui (autor dois gols contra a 'Vinotinto') lidera uma geração (Zaniolo, Raspadori, Cambiaso, Scalvini) que o técnico Luciano Spalletti tenta misturar com os remanescentes do título de três anos atrás (Donnarumma, Jorginho, Barella, Chiesa, Di Lorenzo).

. ALEMANHA

Se há uma seleção que saiu mais forte nesta janela de amistosos internacionais foi justamente a anfitriã do torneio. A 'Mannschaft' viveu um ano terrível em 2023 (com apenas três vitórias em 11 jogos), o que custou o cargo do técnico Hansi Flick. 

Mas a chegada de Julian Nagelsmann ao comando e, sobretudo, a volta de Toni Kroos após quase três anos de ausência por decisão do próprio meia do Real Madrid, parecem ter devolvido o entusiasmo a todo o país. 

A Alemanha conseguiu duas vitórias de respeito contra duas outras potências (2 a 0 diante da França e 2 a 1 contra a Holanda) e, mais importante, Nagelsmann parece ter encontrado a fórmula para misturar com sucesso a velha guarda (Kroos, Gündogan, Rüdiger, Kimmich, Müller) com a juventude e a inexperiência (Musiala, Wirtz, Koch, Mittlestadt, Führlich). 

Mas uma pergunta fica no ar: depois destes bons resultados, Nagelsmann continuará sem convocar jogadores importantes como Goretzka, Gnabry, Emre Can, Hummels e Sané?

. FRANÇA

A atual vice-campeã mundial encerrou a janela de março com mais dúvidas do que certezas, após dois amistosos diante de sua torcida, em que perdeu por 2 a 0 para a Alemanha e sofreu para vencer o Chile por 3 a 2. 

Mas o futebol sem brilho, a forma física e, sobretudo, a fragilidade defensiva preocuparam. 

"Para ter um bom desempenho em junho, teremos que fazer muito mais", admitiu na terça-feira o técnico Didier Deschamps, que também disse estar ciente de que alguns jogadores estão neste momento pensando mais na reta final da temporada com seus clubes do que numa Eurocopa que alguns ainda consideram distante. 

A atuação de Kylian Mbappé na terça-feira contra os chilenos foi uma amostra disso. Em alguns momentos ele parecia apático e as vaias vindas dos torcedores locais no Vélodrome, em Marselha, não ajudaram a motivá-lo. O craque francês voltará ao estádio no domingo para enfrentar o Olympique, dessa vez vestindo a camisa do Paris Saint-Germain.

. ESPANHA

Como tem acontecido nos últimos anos, a Espanha voltou a mostrar duas caras, embora os jogos contra Colômbia (derrota por 1 a 0) e Brasil (3-3) devam ter confirmado para o treinador Luis de la Fuente qual será o estilo de jogo da 'La Roja'. 

Contra a Seleção Brasileira, os jovens Lamine Yamal e Nico Williams mostraram que deverão ser os atacantes que levarão perigo pelas pontas, apoiados na mobilidade e eficiência de Dani Olmo no meio de campo, sem esquecer Rodri como peça fundamental que sustenta todo o sistema.

As dúvidas levantadas pela campeã da última Liga das Nações são fundamentalmente duas. A primeira é se jovens como Yamal (de 16 anos), Pau Cubarsí (de 17) e Williams (21) poderão assumir um papel de liderança na equipe; a segunda se refere a quem será o centroavante. 

O capitão Álvaro Morata não parece ser o jogador eficaz da primeira parte da temporada e os candidatos a substituí-lo, como Mikel Oyarzabal, Gerard Moreno e Joselu, não deram um passo decisivo para se tornarem o camisa 9 titular.

. INGLATERRA

Jude Bellingham salvou a Inglaterra de uma segunda derrota em Wembley. O craque do Real Madrid conseguiu marcar nos acréscimos (90'+5) e garantiu assim o empate na terça-feira em 2 a 2 com a Bélgica, no emblemático estádio de Londres, onde poucos dias antes o Brasil havia vencido por 1 a 0. 

Os dois amistosos da Inglaterra eram contra seleções de alto nível e o saldo não foi positivo. Por isso, a atual vice-campeã da Eurocopa não teve sua confiança reforçada.

Mas pode-se dizer que há um fator atenuante. As lesões pesaram muito para o técnico Gareth Southgate, que não pôde contar nessas partidas com vários jogadores importantes, incluindo o seu capitão Harry Kane e o seu parceiro de ataque Bukayo Saka. 

"O melhor é que alguns jogadores aproveitaram esta oportunidade. Isso pode nos dar mais profundidade" de banco, disse Southgate, que testou vários jovens, incluindo o promissor Koobie Mainoo, de 18 anos, do Manchester United.

. PORTUGAL

A seleção de Portugal de Roberto Martínez não é invencível. Depois de 11 vitórias em 11 jogos desde que o espanhol assumiu o comando da equipe após a Copa do Mundo de 2022, com uma campanha perfeita nas eliminatórias para a Eurocopa, veio a derrota na terça-feira para a Eslovênia (2-0). 

Poucos dias antes, Portugal havia vencido outro amistoso, embora contra uma seleção que não se classificou para a Eurocopa: a Suécia, a quem derrotou por 5 a 2. 

"O objetivo desta noite não era vencer, era testar", garantiu Martínez em entrevista à televisão pública portuguesa (RTP), depois de perder para os eslovenos. "Depois destes noventa minutos, estamos mais preparados para a Eurocopa", disse ele. 

O astro Cristiano Ronaldo (39 anos) não jogou contra os suecos, mas participou da derrota em Liubliana. Quase não levou perigo e o seu estado real é uma das incógnitas de Portugal antes do torneio continental.

. HOLANDA

Certamente não entra de cara no grupo dos grandes favoritos ao título continental, mas é sempre preciso contar com a Holanda, que venceu a Escócia por 4 a 0 na última sexta-feira e perdeu para a Alemanha na terça (2 a 1). 

O técnico Ronald Koeman quase não fez alterações no time que, quando era comandado por Louis van Gaal, foi eliminado nos pênaltis pela Argentina nas quartas de final da Copa do Mundo do Catar. 

A grande contribuição de Koeman foi apostar em Xavi Simmons, que com quase 21 anos começa a justificar as expectativas que gerou quando pertencia à 'La academia' do Barcelona. 

Para apoiar o atual meia do Leipzig, Koeman continua contando com a velha guarda, com uma defesa muito experiente (Van Dijk, Aké, De Ligt, Dumphries) e atacantes sempre decisivos (Memphis, Gakpo e Weghorst), sem esquecer que Frenkie de Jong que ficou de fora desses jogos devido a uma lesão lesão, mas deverá ser titular no meio de campo na Eurocopa.

. BÉLGICA

No caso dos 'Diabos Vermelhos' belgas, os jogos deste mês de março deixaram um gosto amargo. 

Ver uma grande vitória escapar em Wembley nos acréscimos foi uma oportunidade histórica desperdiçada e o outro amistoso, poucos dias antes, foi um triste empate em 0 a 0 na visita à Irlanda. 

A Bélgica, atual quarta colocada no ranking da Fifa, precisará de um 'algo mais' para mostrar um bom desempenho na Euro-2024 e fazer seus torcedores perdoarem a péssima campanha da Copa do Mundo de 2022, marcada por disputas internas e uma eliminação ainda na fase de grupos, que precipitou a saída do técnico Roberto Martínez e sua substituição pelo ítalo-alemão Domenico Tedesco.

dr-mcd/aam/cb

© Agence France-Presse

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