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Chanceleres do G7 condenam repressão violenta contra manifestantes pró-democracia em Mianmar

23/02/2021 06h36

Os chanceleres do G7 e o chefe da diplomacia europeia condenaram "veementemente" na terça-feira (23) a violência cometida pelas forças de segurança birmanesas contra manifestantes pacíficos pró-democracia, desde o golpe da junta militar no dia 1° de fevereiro.

"Nós, os Ministros das Relações Exteriores do Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Reino Unido e Estados Unidos, assim como o Alto Representante da União Europeia, condenamos firmemente o compromisso das forças de segurança birmanesas contra as manifestações pacíficas", disse em um comunicado, conclamando o exército e a polícia a "exercerem o máximo de contenção" e "respeitarem os direitos humanos".

"O uso de munição real contra pessoas desarmadas é inaceitável", acrescentaram, fazendo um apelo ao exército e à polícia a "serem mais contidos" e "respeitarem os direitos humanos".

Desde o golpe militar de 1º de fevereiro, as autoridades birmanesas continuaram a intensificar o uso da força para enfraquecer a mobilização pró-democracia, recorrendo a balas de borracha, gás lacrimogêneo, armas de fogo, canhões d'água e às vezes até munição real contra os manifestantes.

Manifestantes continuam protestos

As medidas tomadas pela junta, alvo de sanções internacionais, não impediram os manifestantes de tomarem as ruas, e centenas de milhares de pessoas protestaram na segunda-feira (22) para denunciar novamente o golpe militar.

Cortes noturnos de acesso à internet, ordenados pela junta, levantam temores de que as autoridades aproveitem para fazer prisões em massa.

Até o momento, três manifestantes foram mortos, enquanto um homem que fazia patrulhas para evitar prisões em seu bairro na capital econômica Yangon foi morto a tiros.

"Condenamos a intimidação e a opressão daqueles que se opõem ao golpe", sublinharam os ministros do G7, também dizendo que estavam "preocupados" com "a repressão à liberdade de expressão", em particular aos cortes na Internet.

Eles mais uma vez condenaram o golpe e pediram a libertação "incondicional" dos detidos "arbitrariamente", incluindo a então líder de fato do governo birmanês, Aung San Suu Kyi.

Os 27 ministros das Relações Exteriores da União Europeia estão reunidos fisicamente em Bruxelas pela primeira vez este ano. No menu de suas discussões: a situação em Hong Kong, Rússia e Venezuela, além de Mianmar.

Os europeus vinham debatendo há vários dias se devem impor sanções a esses vários países e, em particular, contra a junta militar birmanesa, mas aparentemente não conseguiram encontrar consenso suficiente na segunda-feira.

 

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