EUA apoia governo interino da Bolívia e pede eleições 'livres'
Washington, 21 Nov 2019 (AFP) - Os Estados Unidos sugeriram nesta quinta-feira (21) que o ex-presidente da Bolívia, Evo Morales, deve permanecer à margem nas próximas eleições no país andino, que Washington disse que devem ser "livres, justas e inclusivas".
O secretário de Estado americano, Mike Pompeo, prometeu o apoio dos Estados Unidos ao governo de transição liderado por Jeanine Áñez, que assumiu depois de Morales renunciar, pressionado após as eleições questionadas de 20 de outubro.
"Admiramos o povo boliviano por defender sua Constituição, sua democracia e suas eleições livres, justas e transparentes", disse Pompeo em um comunicado.
"Aos que participaram das escandalosas irregularidades e da manipulação dos votos nas fracassadas eleições de 20 de outubro devem, pelo bem da Bolívia, se afastar e deixar que os bolivianos reconstruam suas instituições", afirmou Pompeo, em um comunicado.
Morales, o primeiro presidente indígena da Bolívia, que mantinha relações turbulentas com os Estados Unidos, buscava um quarto mandato. Acusado de manipular os resultados das eleições, o presidente renunciou em 10 de novembro sob pressão de seus oponentes e das forças de segurança, que pediram sua renúncia para permitir a "pacificação" e "estabilidade" do país.
Em entrevista publicada nesta quinta-feira no site da revista alemã Der Spiegel, Morales, refugiado no México desde 12 de novembro, disse que tem o "direito" de participar das novas eleições, mas que ficará de fora se participação impedir o fim da crise política.
A Assembleia Legislativa da Bolívia, onde o Movimento pelo Socialismo (MAS) liderado por Morales é majoritário, procura dar um sinal verde à convocação de eleições gerais para tentar parar a violenta crise que fraturou o país e deixa pelo menos 32 mortos em tumultos.
Pompeo pediu a todas as partes que se abstivessem de atos de violência.
"Os serviços de segurança devem respeitar os direitos dos manifestantes pacíficos, e as autoridades bolivianas devem garantir que sejam responsabilizados por qualquer violação dos direitos dos cidadãos", afirmou.
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