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Porta-voz do MBL é acusado de injúria racial em bar de BH; ele nega

Thiago Dayrell, porta-voz do MBL em Belo Horizonte - Reprodução/Facebook
Thiago Dayrell, porta-voz do MBL em Belo Horizonte Imagem: Reprodução/Facebook
do UOL

Carlos Eduardo Cherem

Colaboração para o UOL, em Belo Horizonte

11/11/2019 20h54

O porta-voz do MBL (Movimento Brasil Livre) em Belo Horizonte, Thiago Dayrell, 24, foi detido por policiais militares no fim de semana, acusado de agredir funcionários e chamar uma cozinheira de "crioula" no Takos Mexican Gastrobar, na Savassi, área nobre de Belo Horizonte. Hoje ele negou que tenha cometido crime de racismo, classificou a denúncia de caluniosa e disse que foi espancado no local.

A confusão teria começado no momento em que Thiago pagava a conta. Funcionários do Takos contaram aos policiais que ele se exaltou ao reclamar do atendimento. Um dos integrantes da equipe do restaurante solicitou que ele abaixasse o tom de voz para tentar conversar. Nesse momento, de acordo com os funcionários, Dayrell teria arremessado um cartão bancário e dito: "Cobra essa porra logo". Diante da confusão, uma cozinheira se aproximou e pediu calma.

Os funcionários contaram que, ao ver a cozinheira fazer o pedido, o porta-voz do MBL teria dito: "Não coloca a mão em mim, sua crioula". Eles também relataram à polícia que, diante disso, determinaram que ele deixasse o restaurante. Nesse momento, Dayrell teria insultado e colocado a mão em um dos atendentes. Os funcionários disseram ainda à polícia que a cozinheira tentou separá-los, mas o membro do MBL a teria agarrado pelo pescoço e chutado sua perna direita. Clientes do restaurante tiveram de intervir e apartar a briga.

Solto após fiança de R$ 1.000

A polícia foi chamada pelo gerente do Takos e Dayrell foi detido pelos policiais. Na delegacia, ele alegou que se defendeu ao ser agredido fisicamente por quatro funcionários após reclamar da demora no atendimento. Ele disse também que levou um chute na cabeça e foi atingido com uma cadeira durante a briga. A namorada de Dayrell, que não teve o nome revelado, contou à polícia que precisou intervir para cessarem os golpes contra o porta-voz do MBL.

Após ser ouvido pelo delegado de plantão, Dayrell pagou fiança de R$ 1.000 e deixou a delegacia. A polícia vai investigar se ele cometeu os crimes de injúria racial e vias de fato.

A defesa do acusado

Por meio de nota, os advogados de Dayrell, disseram que ele "não promoveu qualquer injúria racial ou agressão física a qualquer funcionário do Takos". "Ao queixar -se do péssimo atendimento e da demora solicitou o cancelamento do pedido, os funcionários passaram a hostilizá-lo e ameaçá-lo. Ainda assim, (Dayrell) buscou o pagamento do que havia bebido, ocasião em que foi jogado para fora do estabelecimento sob empurrões e socos", diz a nota

Ainda segundo o comunicado, "os funcionários do local passaram a espancá-lo, com chutes, socos e cadeiras (...) os agressores ao serem inquiridos pela polícia inventaram a injúria racial como desculpa para as absurdas e covardes agressões perpetradas. Thiago Dayrell adotará as medidas legais para que todos os agressores sejam punidos por denunciação caluniosa, lesão corporal e, posteriormente, danos morais, lucros cessantes e danos emergentes", finalizam os advogados na nota.

A defesa do estabelecimento

Também hoje, por meio de nota, o Takos informou "que repudia toda e qualquer forma de preconceito, como o racismo, além de desrespeito ou violência". "A empresa esclarece, ainda, que está aguardando a apuração da polícia sobre o caso e está colaborando com as informações necessárias", informa o comunicado.

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