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EUA impõem sanções a funcionários ligados a 'ex-presidente' Maduro

15/02/2019 16h32

Washington, 15 Fev 2019 (AFP) - O Departamento do Tesouro dos Estados Unidos anunciou nesta sexta-feira (15) sanções contra cinco funcionários da inteligência e segurança ligados ao "ex-presidente" da Venezuela Nicolás Maduro.

"O Tesouro continua visando aos oficiais que ajudaram o regime ilegítimo de Maduro a reprimir o povo venezuelano", afirmou o Tesouro em comunicado.

Entre os que receberam sanções, estão o chefe do Serviço de Inteligência Nacional Bolivariano (SEBIN) e o comandante da "Guarda Presidencial de Maduro, que Washington acusa de terem praticado "torturas em massa", e o presidente da petroleira estatal PDVSA, Manuel Salvador Quevedo Fernández.

O Tesouro afirmou que designou "cinco funcionários alinhados com o ilegítimo ex-presidente Nicolás Maduro, que continua reprimindo a democracia e os atores democráticos na Venezuela, e que praticam atos significativos de corrupção e fraude contra o povo".

Também está na lista o comandante da Guarda Presidencial, Iván Hernández Dala, "responsável por graves violações de direitos humanos e da repressão da sociedade civil e a oposição democrática".

Além disso, está Hildemaro Rodríguez Mucura, primeiro-comissário do Sebin e Rafael Enrique Bastardo Mendoza, comandante de uma unidade da Policía conhecida como Forças de Ações Especiais (FAES), e que segundo o Tesouro foram como o "grupo de extermínio" de Maduro.

Estas sanções bloqueiam bens que as pessoas tiverem nos Estados Unidos e proíbe toda transação dos afetados no país ou com americanos.

O Tesouro esclareceu que as sanções "não serão necessariamente permanentes, mas que têm como propósito motivar uma mudança positiva de condutas".

Trump admitiu que avalia "todas as opções" diante da crise na Venezuela, mas disse que ainda não decidiu se enviará tropas para a região.

Os Estados Unidos, por sua vez, congelaram as contas e ativos venezuelanos - cujo controle foi entregue a ao líder opositor Juan Guaidó - e, a partir de 28 de abril, vão interromper exportação de petróleo venezuelano para seu mercado. Caracas calcula em 30 bilhões de dólares o dano à economia devido ao "bloqueio dos EUA".

A petroleira PDVSA, que financia 96% do orçamento do país, exporta para os Estados Unidos cerca de metade de sua produção, o que representa 75% de seu fluxo de caixa.

Washington enviou uma remessa de ajuda humanitária que ficou parada por uma semana em um centro de distribuição na cidade fronteiriça colombiana de Cúcuta.

Maduro, que nega que seu país sofra uma crise humanitária ou migratória, descreveu na sexta-feira a ajuda - que considera o princípio de uma intervenção militar - como "migalhas" de "comida estragada".

A Venezuela está mergulhada na maior crise econômica de sua história moderna, com a hiperinflação estimada para este ano em 10.000.000% pelo FMI. E desde 2015, cerca de 2,3 milhões de venezuelanos (7% da população) deixaram o país, segundo a ONU.

O opositor Guaidó desafiou o governo nesta semana e anunciou que a ajuda entrará em 23 de fevereiro, um mês depois de ter se autoproclamado presidente interino, após o Congresso ter declarado Maduro "usurpador".

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