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Quaest: 64% acham que tragédia no RS está relacionada à mudança climática

Voluntários tentam ajudar moradores desalojados na zona norte de Porto Alegre - MATHEUS PICCINI/FOTOARENA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO
Voluntários tentam ajudar moradores desalojados na zona norte de Porto Alegre Imagem: MATHEUS PICCINI/FOTOARENA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO
do UOL

Do UOL, São Paulo

09/05/2024 09h44Atualizada em 09/05/2024 10h35

64% dos brasileiros acreditam que a tragédia vivida pelo Rio Grande do Sul tem ligação com as mudanças climáticas, mostrou uma pesquisa divulgada pela Quaest nesta quinta-feira (9), contratada pelo banco Genial.

O que mais aponta a pesquisa

30% acham que as chuvas estão ligadas em ''partes'' às mudanças climáticas. Para 5%, ''um pouco'', e 1% entende que ''não tem ligação nenhuma''.

2.045 pessoas foram ouvidas presencialmente. A margem de erro é 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos, e o nível de confiança é de 95%. O período de coleta da pesquisa foi de 2 a 6 de maio.

96% dos brasileiros afirmaram que fenômenos naturais têm aumentado em intensidade e frequência nos últimos anos. Os entrevistados também foram questionados sobre desastres ambientais em suas cidades: 78% relataram calor extremo, 44% enchente ou inundação e 36% deslizamentos de terras.

Poluição industrial e desmatamento são as principais causas da mudança climática, segundo entrevistados, com 29% cada. Outros 22% disseram ser a ''ocupação desordenada nas cidades'' e 20% o ''uso de combustíveis fósseis''.

Calamidades cada vez mais frequentes

O climatologista Carlos Nobre, ouvido pelo UOL, disse que as enchentes do RS são resultado direto do aquecimento global. "Quando está mais quente, os oceanos evaporam muito mais, e a água é o veículo dos eventos meteorológicos todos, inclusive os extremos", pontua.

Estudiosos do clima preveem que calamidades ambientais serão cada vez mais frequentes no país. "Um fenômeno que podia acontecer a cada 100, 200 anos lá atrás, agora está acontecendo frequentemente e pode acontecer várias vezes por década", explicou Nobre.

Para o professor Alexandre Araújo Costa, da Uece, Brasil não tem estrutura pronta para lidar com eventos climáticos desse nível. ''Precisa atacar o problema desde a raiz, ou seja, reduzindo as emissões de gases do efeito estufa'', argumenta.

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