Juros futuros reduzem ritmo, mas mantêm alta expressiva no pós-Copom
As taxas de juros negociadas no mercado futuro se afastaram das máximas do dia, mas ainda sustentam altas expressivas nesta quinta-feira, 9, "day after" de uma das mais comentadas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom). A alta ocorre principalmente nos trechos intermediário e longo da curva, reagindo à decisão dos diretores do BC de reduzirem a taxa Selic em 0,25 ponto porcentual, ante 0,50 ponto nas reuniões anteriores, e com um placar dividido entre diretores da instituição.
O mal-estar com a divisão entre diretores mais antigos do BC e os indicados pelo atual governo se estende aos mercados de câmbio e ações, onde os ativos domésticos também são penalizados desde cedo.
O real tem o pior desempenho ante seus pares emergentes nesta manhã, com investidores temerosos de que a política monetária brasileira se torne mais tolerante com a inflação, uma vez que a composição da diretoria do BC será alterada em 2025, com a substituição de três dirigentes. Na Bolsa, a queda é firme, mas contida pelo bom desempenho das ações de commodities.
"O mercado está bem mais cauteloso, repercutindo a maior preocupação do BC com o fiscal, além da divisão política, que deixa uma sensação de desconforto para a política monetária em 2025", disse Helena Veronese, economista-chefe da B. Side Investimentos. Segundo ela, a incerteza dá o tom dos negócios, agora sem o "forward guidance", o que deve aumentar as atenções para os próximos indicadores econômicos no Brasil e nos Estados Unidos.
No noticiário da última hora, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que hoje o governo federal irá enviar uma Medida Provisória ao Congresso Nacional para dar auxílio ao Rio Grande do Sul, diante das fortes chuvas que acometem a região nas últimas semanas. De acordo com o ministro, tal ato terá como foco o Estado, municípios, empresas e produtores rurais gaúchos.
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), disse na rede social X que os cálculos iniciais de sua equipe técnica apontam que serão necessários ao menos R$ 19 bilhões para reconstruir o Estado, após as fortes chuvas que causaram estragos, considerados os piores já registrados na história gaúcha.
Às 11h35, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2025 tinha taxa de 10,290%, ante 10,218% do ajuste de ontem. O DI para janeiro de 2027 projetava 10,955%, contra 10,809% do ajuste anterior.
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