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Itália propõe agência para fiscalizar finanças de clubes

06/05/2024 12h40

ROMA, 6 MAI (ANSA) - A proposta do governo italiano para criar uma agência de supervisão econômica e financeira para os times profissionais do país inaugurou uma batalha contra a Federação Italiana de Futebol (Figc) e o Comitê Olímpico Nacional Italiano (Coni).   

A agência governamental, que entraria em ação a partir do próximo ano para monitorar os orçamentos dos clubes das três primeiras divisões da Itália, poderá substituir a atual Covisoc, comissão de vigilância da Figc.   

"A proposta tem objetivo de fazer controles, que até agora eram apenas realizados internamente e externamente através de terceiros, com plena autonomia regulatória e poder de decisão. A federação terá o tempo necessário para estudar, aprofundar e avançar qualquer proposta", diz o documento assinado pelo ministro do Esporte, Andrea Abodi.   

O órgão, que daria aos políticos condições de decidir até mesmo as inscrições para campeonatos, entra em rota de colisão com as reformas desejadas pelo mandatário da Figc, Gabriele Gravina, e as da Lega Serie A, que reivindicam uma autonomia nos moldes da Premier League.   

Além de verificar a veracidade e a congruência dos documentos apresentados pelos clubes, a agência também teria poder de solicitar aos times "iniciativas corretivas" para neutralizar qualquer efeitos econômicos, financeiros e patrimoniais de operações.   

Gravina, que defende que a proposta do governo é uma invasão da autonomia do esporte pela política, convocou uma reunião de emergência para hoje (6), onde deverá discutir o projeto de criação da agência.   

"Nunca tinha ouvido falar do projeto de criação de uma agência de controle das finanças antes da sexta-feira passada.   

Meses atrás, o ministro apenas insinuou a sua ideia de rever os critérios de nomeação de membros do Covisoc, qualquer um que diga o contrário, está mentindo", comentou Gravina à ANSA.   

Giovanni Malagò, chefe do Coni, analisou que a medida poderá tornar a Itália em um constrangimento internacional em virtude da interferência política.   

"Tenho sérias dúvidas sobre se isso poderá ser aceito pelos órgãos esportivos internacionais. A autonomia do esporte foi 100% violada. Isso tudo foi mal gerido e o Coni não foi informado, o momento e os métodos estão errados", afirmou.   

(ANSA).   

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