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Polícia faz operação em comunidade onde crianças desapareceram no RJ

Fernando, 11, Lucas, 8, e Alexandre,10, desapareceram no RJ - Montagem/UOL
Fernando, 11, Lucas, 8, e Alexandre,10, desapareceram no RJ Imagem: Montagem/UOL
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Marcela Lemos

Colaboração para o UOL, no Rio

15/01/2021 08h43Atualizada em 15/01/2021 15h08

A Polícia Civil do Rio de Janeiro e o Batalhão de Choque da PM deram início a uma operação na manhã de hoje na comunidade do Castelar, em Belford Roxo, onde três crianças desapareceram no dia 27 de dezembro. Houve confronto na região entre policiais e bandidos.

A DHBF (Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense) investiga se traficantes da região têm envolvimento com o desaparecimento dos meninos Lucas Matheus, Alexandre da Silva e Fernando Henrique, que têm entre 8 e 10 anos. Eles estão desaparecidos há 19 dias.

De acordo com a Polícia Civil, a operação "tem o objetivo de fazer buscas e pistas que levem a informações e aos paradeiros dos três meninos desaparecidos". "A operação conta com auxílio de cães farejadores e de homens do Corpo de Bombeiros", informou a corporação através de nota.

A PM informou que, durante a incursão na comunidade, as equipes do BPChq foram atacadas por indivíduos armados e reagiram. Três pessoas foram encontradas feridas e duas pistolas e um revólver foram apreendidos, além de entorpecentes a serem contabilizados.

O socorro foi feito ao Hospital Municipal de Belford Roxo. Às 12h, a operação continuava em andamento.

A operação acontece quatro dias após moradores da comunidade incendiarem um ônibus na rua da DHBF. O protesto ocorreu no local depois que a Polícia Civil negou que um homem, preso e torturado pelo tráfico, tivesse envolvimento com o sumiço dos três meninos.

O suspeito foi levado para a delegacia por moradores do Castelar e por parentes dos garotos desaparecidos. O homem acabou preso por outro crime: armazenamento de material pornográfico infantil no celular.

Após o protesto, ganhou força a suspeita da polícia sobre o envolvimento do tráfico de drogas no caso. No protesto, foram identificadas a participação de pessoas que têm envolvimento com o crime na região.

Além disso, a polícia informou que mais de 40 câmeras de segurança foram analisadas e que nenhuma flagrou a saída dos meninos da comunidade. Ainda foram feitas diligências em cidades vizinhas à Belford Roxo, na Baixada Fluminense, na capital e também na região de mata por onde os meninos poderiam ter saído.

Operação visava outros crimes

O delegado Uriel Alcântara, da DHBF, disse que a operação, além de obter informações sobre o desaparecimento das crianças, visava a obtenção de dados sobre outros crimes, como homicídio e tortura — como ocorreu com o homem entregue à polícia acusado de ter relação com o desaparecimento dos três garotos.

"As diligências tiveram objetivo de mapeamento de área para colheita de dados de inteligência visando ações estratégicas operacionais, identificação de criminosos e varredura realizada por cães em terrenos com possibilidade de encontro de restos mortais de humanos".

De acordo com ele, os cães não encontraram restos mortais na região onde as buscas foram realizadas.

Desaparecimento completa 19 dias

Lucas, Alexandre e Fernando desapareceram há 19 dias. Eles foram vistos pela última vez em 27 de dezembro, quando saíram para brincar em um campo de futebol perto de casa e não retornaram mais. A DHBF investiga o caso.

Desde o sumiço, a família também tem realizado buscas por conta própria. Familiares têm recebido informações falsas sobre onde estariam as crianças. No último dia 5, parentes dos meninos chegaram a sofrer um acidente de carro, após saírem de casa para checar uma pista dos garotos.

Os parentes foram informados que o trio estaria em uma sorveteria em Nova Iguaçu, o que não procedia. Na volta para casa, o pneu do carro estourou e o veículo capotou. Ninguém se feriu gravemente.

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