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Turquia devolve mulheres jihadistas e seus filhos para a França

09/12/2019 11h29

Quatro esposas de supostos jihadistas e seus sete filhos foram enviados de volta à França nesta segunda-feira (9) pela Turquia. Elas foram detidas depois fugir de campos na Síria. Duas mulheres expulsas são alvo de mandado de prisão na França e devem se apresentar diante do juiz para indiciamento.

A expulsão foi confirmada pelo Ministério turco do Interior em comunicado. As quatro mulheres que chegaram à França nesta segunda-feira ficaram detidas em campos no nordeste da Síria sob controle curdo. As crianças foram atendidas pelo Serviço Social Infantil francês.

Ancara começou a expulsar em novembro do seu país de origem jihadistas estrangeiros detidos em seu território. O governo alega que o país tornou-se um hotel para membros do Daesh, sigla em árabe do Estado Islâmico (EI).

Na França, onde o repatriamento dos jihadistas detidos na Síria continua sendo recusado pelo governo, a expulsão decidida pela Turquia faz parte do "protocolo Cazeneuve", nome do ex-ministro do Interior (2014-2016). Assinado em 2014, este acordo de cooperação policial entre Paris e Ancara permite que os jihadistas que retornam da Síria via Turquia sejam imediatamente interceptados em seu retorno.

Turquia se uniu à coalizão anti-jihadista em 2015

Em 13 de novembro, o secretário de Estado para o Interior Laurent Nuñez disse que já havia "quase 250 pessoas entregues sob este protocolo pelas autoridades turcas". Suspeita de ter permitido que os jihadistas cruzassem sua fronteira para chegar à Síria após o início do conflito que devastou este país desde 2011, a Turquia, atingida por vários ataques cometidos pelo EI, se juntou à coalizão anti-jihadista em 2015.

Mas Ancara foi acusada de enfraquecer a luta contra o EI com sua ofensiva - concluída no final de outubro - contra as Unidades de Proteção do Povo (YPG), milícia curda fundamental no combate contra a organização jihadista. Cerca de 300 mulheres e crianças francesas estão sendo mantidas em campos no nordeste da Síria, sob condições muito precárias. Somente as repatriações de órfãos foram autorizadas até agora por Paris.

(Com informações da AFP)

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