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Noiva de Khashoggi pede à UE para defender direitos humanos na Arábia Saudita

19/02/2019 14h10

Bruxelas, 19 fev (EFE).- A noiva do jornalista assassinado Jamal Khashoggi, Hatice Cengiz, pediu nesta terça-feira à União Europeia que atuem em defesa dos direitos humanos nos países árabes, especialmente na Arábia Saudita, e considerou como insuficientes as sanções aplicadas ao governo de Riad após a morte de seu noivo.

Em uma audiência realizada nesta terça-feira na Eurocâmara, Cengiz afirmou que, embora as sanções possam ter efeito, os integrantes da UE devem dialogar com os países árabes.

Jamal Khashoggi, jornalista crítico ao governo da Arábia Saudita, foi assassinado no dia 2 de outubro no consulado do país em Istambul. Ele foi ao local para pegar documentos necessários para se casar com sua noiva, que é turca.

"O que os senhores estão esperando? Que declarem guerra em todos os países árabes, em todos os países do Golfo? A guerra agora chegou a outros níveis, estão matando em outros níveis. Os países da UE tem que prestar muita atenção nessas questões, conversar entre si, formar uma frente comum e dialogar com o mundo", disse Cengiz.

Além disso, a noiva do jornalista criticou a UE por pretender ser um "modelo de valores humanos para o resto do mundo" e não atuar seguindo esse próprio exemplo.

Cengiz também atacou o governo da Arábia Saudita por "permitirem que algo assim ocorresse para todo o mundo ver" e por não contribuir nas investigações sobre o assassinato de Khashoggi.

Em resposta aos pedidos de Cengiz, o presidente da subcomissão de Direitos Humanos da Eurocâmara, Pier Antonio Panzeri, reiterou o compromisso de proteger os direitos humanos na Península Arábica e de "perseguir a verdade" sobre o assassinato de Khashoggi, fato que ela classificou como um "drama terrível".

Além disso, Panzeri afirmou que o parlamento europeu não permitirá que a Arábia Saudita "fique impune por um assassinato". EFE

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