Fala de Lula sobre RS evidencia racismo ambiental, diz deputada
A deputada estadual Laura Sito (PT-RS) disse no UOL News da manhã desta quinta-feira (16) que a fala do presidente Lula (PT) sobre os negros no Rio Grande do Sul evidencia o debate do racismo ambiental.
"Eu falei para a Janja no domingo que é impressionante. Eu não tinha noção que aqui tinha tanta gente negra. E ela me falou que são os mais pobres e moram nos lugares mais arriscados para serem vítimas dessas coisas", disse Lula, se referindo às enchentes que atingem o estado desde 29 de abril.
Vivemos em um dos territórios mais segredados, se não o mais segregado, entre os entes federativos do nosso país. Compreender, a partir da fala do presidente Lula, o quanto essa fala expressou um debate que ele é totalmente marginalizado, que é o debate do racismo ambiental, é importante.
Laura Sito, deputada estadual
O Rio Grande do Sul mostrado ao Brasil é o Rio Grande do Sul branco, onde se reconhece a construção de outras etnias e outras culturas a partir da colonização italiana e alemã. A população negra sempre está fora deste recorte de quem é o povo do Rio Grande do Sul. Em um momento de desastre como o que nós vivemos, que atingiu de maneira muito central a região metropolitana, sul e centro do estado, é onde está concentrada majoritariamente essa população negra.
Essa população negra é, majoritariamente, das classes populares, é onde está concentrada as áreas de risco [...] Portanto, essas imagens que o presidente Lula se questionou evidenciaram uma realidade que não é comum de ser mostrada no estado para todo o país.
Direto do RS: Crianças se emocionam com chegada de brinquedos
A felicidade de crianças que receberam brinquedos doados em meio às inundações que devastaram o Rio Grande do Sul chamou a atenção do repórter do UOL Luís Adorno. O jornalista, que percorreu ao lado do cinegrafista Marcelo Ferraz algumas das cidades mais atingidas pela tragédia, relatou um pouco do que viu durante entrada ao vivo no UOL News desta quinta (16).
Conversamos com algumas pessoas em Muçum que estão dormindo em abrigos. Eles elogiaram muito esses lugares. Dizem que há muito insumo; no começo, estava difícil obter água, mas agora ela está chegando.
Algo que nos impactou bastante por aqui foi uma pessoa que se emocionou ao dizer que chegaram brinquedos para as crianças. Sempre pensam na comida, no alimento perecível e na água, mas as crianças ficam felizes quando chegam brinquedos. Para elas, é uma nova realidade. Luís Adorno, repórter do UOL
Após passar pela cidade de Muçum, Adorno está hoje em Cruzeiro do Sul, outro município bastante afetado pelas enchentes. Ao caminhar por algumas ruas, o repórter mostrou o que sobrou de algumas residências, em meio a um cenário de destruição causada pela cheia do rio Taquari.
Do lado do rio Taquari, havia muitas casas. Hoje, não vemos mais nenhuma delas. Vemos muitos escombros, sofás, telhas, roupas, brinquedos, fogão... Tudo devastado. Das casas que sobraram, algumas não têm mais nada. Está tudo contorcido, com vidros quebrados.
Não conseguimos mais saber como era a estrutura dessa casa. Sobraram só algumas paredes, uma porta de madeira e um armário todo quebrado. Nas árvores mais altas dessa região, vemos muitas roupas no topo delas. Não são raras imagens de cercas quebradas. Agora há pouco, pisamos sem querer na parte pontuda de um portão que estava embaixo da terra. Luís Adorno, repórter do UOL
Sakamoto: TSE estará mergulhando na lama se salvar Moro para fazer média
O TSE estará "mergulhando na lama" se não cassar o senador Sergio Moro (União-PR) apenas para fazer média com os bolsonaristas que os atacavam, disse o colunista Leonardo Sakamoto. Os ministros acreditam que o senador será absolvido das acusações de abuso do poder econômico e uso de caixa dois supostamente cometidos na pré-campanha de 2022.
No meio do caminho, entre o início dos processos contra Sergio Moro e agora, a gente teve um TSE e um STF que se tornaram um alvo muito grande do bolsonarismo por conta das ações do TSE e do STF na investigação contra o golpismo, ou na cassação dos direitos políticos do ex-presidente Jair Bolsonaro e tudo isso mais. Moraes, TSE e STF foram colocados nos holofotes. O Senado começou, inclusive, a dar um hashtag 'Fica a Dica', lembrando que o parlamento pode cassar ministros do Supremo e senadores lembraram os ministros que, na próxima legislatura, o Senado pode ter maioria bolsonarista, o que pode levar a cassação deles.
Sakamoto diz que não é função do judiciário fazer "gesto de pacificação".
Há uma linha que diz que tudo isso viria no sentido de tentar pacificar a relação do judiciário com o legislativo. Se o TSE realmente estiver fazendo isso, o TSE estará mergulhando na lama. Se o TSE salvar o Moro só para fazer média, ele vai estar mergulhando na lama, finalmente atendendo os clamores do bolsonarismo que sonha inutilizar a instituição.
Não é função do judiciário fazer gesto de pacificação, a função do judiciário é julgar. Um parlamentar deve ser cassado diante da constatação de que recebeu vantagens indevidas concorrendo de forma desleal com os adversários.
Comerciante lamenta saque após chuvas no RS: 'Levaram tudo, até prateleira'
Dona de cinco lojas na região do vale do rio Taquari, Marinez Hauenstein viu quatro delas serem destruídas pela força das chuvas que devastaram o Rio Grande do Sul. A única que sobrou, na cidade de Arroio do Meio, foi invadida e completamente saqueada. Não só os itens a venda, mas as próprias prateleiras foram levadas, contou a comerciante em entrevista nesta quinta (16).
Tenho cinco lojas no vale do Taquari. Infelizmente, a enchente pegou quatro delas; uma com [a água chegando a] dois metros de altura e a outra, com três metros. A única loja que sobrou, e onde eu poderia continuar minha vida e trabalho, ter meu sustento e pagar funcionários, simplesmente foi roubada.
Quebraram o cadeado, tiraram a corrente que havia na porta e entraram. Até onde eu sei, foram várias pessoas que saquearam tudo. Restaram algumas prateleiras. Levaram até freezers, geladeiras, computadores, notebook e bicicletas. Também levaram duas motos de funcionárias, mas foram recuperadas.
O que eles puderam carregar foi levado, até prateleira. É muito triste passar por essa situação. Perdi quatro lojas e na que restou entraram e roubaram tudo. Se não fosse minha irmã, que também tem comércio na região e me cedeu mercadorias, não sei o que seria de nós. Marinez Hauenstein, empresária
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