Yellen se reunirá com aliados dos EUA em encontro do FMI e Banco Mundial e pressionará China sobre crescimento
Por David Lawder
WASHINGTON (Reuters) - A secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, se reunirá com ministros das Finanças de aliados do país nesta semana para discutir uma série de questões importantes, incluindo o fortalecimento das cadeias de suprimentos e da estabilidade do sistema financeiro e o apoio à Ucrânia, disse uma autoridade sênior do Tesouro dos EUA nesta segunda-feira.
As reuniões de Yellen paralelas às reuniões de primavera (do hemisfério norte) do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial em Washington também incluirão discussões aprofundadas com autoridades chinesas sobre "crescimento equilibrado", um novo diálogo entre EUA e China lançado neste mês para tratar do excesso de capacidade industrial chinesa para veículos elétricos, painéis solares e outros produtos de energia limpa.
Na quarta-feira, Yellen se reunirá com os ministros das Finanças da Coreia do Sul e do Japão em uma reunião trilateral inédita para coordenar questões que vão desde as sanções contra a Rússia e o Irã até a segurança das cadeias de suprimentos e a construção de resiliência climática e financeira nas Ilhas do Pacífico, disse a autoridade do Tesouro norte-americano.
As discussões com as autoridades chinesas virão após viagem de Yellen no início deste mês a Guangzhou e Pequim, na qual ela defendeu o aumento da demanda doméstica da China e alertou Pequim de que os EUA não poderiam aceitar uma nova onda maciça de exportações chinesas baratas de veículos elétricos e produtos solares, dizimando novas indústrias dos EUA da mesma forma que a produção de aço foi prejudicada há uma década.
A autoridade disse que Yellen também falará sobre a força econômica dos EUA nas reuniões e pressionará por mais progresso no alívio da dívida dos países vulneráveis e no avanço das reformas dos bancos multilaterais de desenvolvimento para combater melhor as mudanças climáticas.
"Esperamos que o caminho dos Estados Unidos para um 'pouso suave' continue a sustentar o crescimento global", disse a autoridade, referindo-se a um cenário em que a inflação nos EUA poderia continuar a cair sem arruinar o mercado de trabalho ou causar uma recessão dolorosa.
"Também temos nos envolvido com o mundo para mitigar os riscos de curto prazo e apoiar o crescimento sustentável de longo prazo, reconhecendo que as perspectivas de um pouso suave não são sentidas igualmente em todos os lugares."