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Fugitivos estavam em 'comboio do crime' com 4 pessoas, 3 carros e fuzil

do UOL

Do UOL, em São Paulo

04/04/2024 14h53Atualizada em 04/04/2024 19h04

Os dois fugitivos de Mossoró foram capturados hoje após 50 dias de buscas enquanto se deslocavam em dois veículos diferentes na BR-222, no interior do Pará. Durante a fuga, eles contavam com a "escolta" de um terceiro carro, segundo a PF.

O que aconteceu

Os três veículos usados na fuga dos detentos eram conduzidos por comparsas, segundo a PF. Rogério da Silva Mendonça e Deibson Cabral Nascimento estavam no carona de carros diferentes, enquanto outros comparsas faziam a "escolta" em um terceiro veículo. Além deles, outros quatro comparsas também foram capturados.

Os fugitivos estavam na capital Belém e foram capturados quando se deslocavam para Marabá. A cidade fica a cerca de 1.600 km de Mossoró.

"Estavam num comboio do crime", disse o ministro ministro Ricardo Lewandowski (Justiça). Rogério e Deibson integram a facção Comando Vermelho do Acre.

A polícia apreendeu um fuzil AR-15, dois carregadores de munições cheios e oito celulares com os fugitivos, e afirma que eles planejavam deixar o Pará quando foram capturados. O grupo foi preso na BR-222, em uma ação conjunta entre a PF e a PRF, nas imediações de uma ponte rodoferroviária.

A PRF usou três viaturas e contou com a participação de 12 agentes. "Saímos da busca física, e trabalhar na parte da inteligência", disse Lewandowski hoje em entrevista coletiva para detalhar a ação.

Eles voltarão para a penitenciária de onde fugiram, em Mossoró, totalmente reformulada. Haverá inspeção diária. A direção foi trocada. De lá certamente não se evadirão.

Diria que [o tempo para captura] segue os paradigmas internacionais de localização de fugitivos de penitenciárias. Não chegamos a dois meses. Um país de dimensões continentais, o local onde eles se refugiaram era um local de mata.
Ricardo Lewandowski, ministro da Justiça

s - Arte UOL/Divulgação PRF - Arte UOL/Divulgação PRF
04.abr.2024 - Carros em que estavam os fugitivos de Mossoró e seus comparsas no momento da prisão
Imagem: Arte UOL/Divulgação PRF

Mobilização para as buscas

Em um primeiro momento, forças policiais federais e estaduais fizeram buscas num raio de 15 quilômetros de distância do presídio federal. Lewandowski anunciou em 19 de fevereiro o emprego de mais cem agentes da Força Nacional para atuar nas buscas. A corporação saiu da área em 29 de março.

Secretarias de Segurança Pública de três estados anunciaram que estavam atuando juntas para fiscalizar divisas. Rio Grande do Norte, Paraíba e Ceará aumentaram o policiamento terrestre e aéreo da região.

Alerta à Interpol. A PF foi orientada a colocar os nomes dos fugitivos no Sistema de Difusão Laranja da Interpol e a incluí-los no Sistema de Proteção de Fronteiras.

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Rogério da Silva Mendonça (esq) e Deibson Cabral Nascimento (dir) foram recapturados pela PRF
Imagem: Divulgação/Polícia Rodoviária Federal

Quem são os fugitivos

Fugitivos são "matadores do CV", diz a polícia. Fontes ouvidas pela reportagem indicam que os fugitivos não integram o alto escalão da facção e que são conhecidos por serem encarregados por assassinatos de pessoas no "tribunal do crime". O UOL não localizou os advogados deles.

Os dois detentos estiveram em rebelião em presídio do Acre em 2023. Deibson e Rogério foram então transferidos para a unidade federal de Mossoró em julho do ano passado.

Deibson cumpria pena de 81 anos de prisão. Conhecido como Tatu, ele tem o nome ligado a mais de 30 processos e responde por crimes como tráfico de drogas, organização criminosa e roubo por assalto a mão armada.

Rogério foi condenado a 74 anos de prisão e responde a mais de 50 processos. Conhecido como Martelo, ele tem uma suástica tatuada na mão e é acusado de homicídio qualificado, roubo e violência doméstica.

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