Produção do Boeing 737 recua com verificações de qualidade e mais auditorias, dizem fontes
(Reuters) - A produção do jato 737 MAX da Boeing caiu drasticamente nas últimas semanas, à medida que reguladores dos Estados Unidos intensificam as verificações nas fábricas e os trabalhadores desaceleram a linha de montagem fora de Seattle para concluir trabalhos pendentes, disseram fontes do setor à Reuters.
A Administração Federal de Aviação dos EUA (FAA) impôs um limite de 38 jatos por mês após um incidente com um Boeing 737 MAX em janeiro, atribuído a um erro de montagem. Mas a taxa de produção mensal está flutuando bem abaixo desse nível e, no final de março, caiu para um dígito, segundo as fontes.
A Boeing fez referência aos comentários do diretor financeiro, Brian West, que disse no mês passado que estavam sendo tomadas medidas abrangentes para fortalecer a qualidade e gerar confiança -- incluindo a redução da quantidade de trabalho pendente -- conforme a FAA aumenta as auditorias.
West disse em um evento do Bank of America que a FAA está "profundamente envolvida e realizando uma auditoria mais rigorosa do que qualquer coisa pela qual já passamos antes".
A Boeing tem enfrentado maior escrutínio depois que um pedaço da fuselagem de um avião da Alaska Airlines se desprendeu em pleno voo em janeiro. As ações da fabricante de aviões fecharam em queda de 1,7%.
A desaceleração na produção da Boeing também deve afetar todo o setor aéreo, conforme as companhias aéreas vão reduzindo voos de suas programações ou estendendo os contratos de leasing de jatos existentes para atender à demanda.
Tradicionalmente, produção e entregas caminhavam juntas, mas os aterramentos do MAX em 2019 e 2020 e as interrupções causadas pela pandemia criaram um estoque de jatos excedentes, o que torna agora mais difícil determinar a taxa de produção a partir das entregas.
Rob Morris, chefe global de consultoria da Cirium Ascend, afirmou que a Boeing voou 13 jatos MAX em março, após 11 em fevereiro. Dados da Cirium mostram que a taxa atingiu o pico em torno de 38 por mês em meados de 2023.
A concorrente Airbus, por outro lado, voou em média 46 jatos A320neo por mês no primeiro trimestre, disse Morris.
(Reportagem de Tim Hepher, Allison Lampert, David Shepardson, Rajesh Kumar Singh)