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Conheça a ONG atacada por Israel na Faixa de Gaza

02/04/2024 11h56

ROMA, 2 ABR (ANSA) - Por Anna Lisa Rapanà - Em 2010, quando um terremoto devastador atingiu o Haiti, o chef espanhol José Andrés já havia chegado ao Olimpo dos donos de restaurantes nos Estados Unidos, para onde emigrou aos 21 anos, em 1990, originário de Barcelona e da casa El Bulli, de Ferran Adrià.   

Os milhares de pessoas que ficaram sem abrigo - e sem comida - na destruição causada pelo tremor no país mais pobre das Américas levaram Andrés a Porto Príncipe para preparar e distribuir refeições aos mais necessitados, depois ajudando chefs locais a criar seus próprios restaurantes.   

Assim nasceu a ONG "World Central Kitchen", que desde então tem a missão de cozinhar para quem precisa em países como República Dominicana, Nicarágua, Zâmbia, Peru, Cuba, Uganda, Bahamas, Camboja, Ucrânia e também nos EUA, além da Faixa de Gaza, onde sete funcionários da entidade foram assassinados em um ataque promovido por Israel nesta terça-feira (2).   

"A World Central Kitchen começou com uma ideia simples em casa com minha esposa, Patrícia: quando as pessoas têm fome, mande cozinheiros. Não amanhã, hoje", explica Andrés no site da ONG, que segue a crença de que "a alimentação é um direito humano universal".   

Uma mensagem clara, assim como aquela dada a Donald Trump em 2015, quando Andrés renunciou às prestigiosas cozinhas do Trump International Hotel de Washington, apesar de um contrato já assinado, após comentários depreciativos do então candidato a presidente sobre imigrantes mexicanos.   

Ao longo do tempo, a WCK se tornou um ponto de referência após os furacões que atingiram diversas áreas dos Estados Unidos - do Texas a Porto Rico -, empenho confirmado durante a pandemia de Covid-19, quando o chef abriu cozinhas de emergência em seus restaurantes em Nova York e Washington para ajudar populações carentes.   

A ONG também está presente na Ucrânia, onde desembarcou em fevereiro de 2022, em Kharkiv, logo após a invasão russa. No mês seguinte, a WCK já tinha várias cozinhas na fronteira com a Polônia para distribuir comida a refugiados.   

Os chefs da entidade também voaram para a Faixa de Gaza, onde a crise humanitária se agravou devido ao conflito entre Israel e Hamas iniciado em 7 de outubro.   

Estima-se que, até o fim de março, a WCK forneceu 32 milhões de refeições no enclave, além de ter distribuído alimentos lançados de paraquedas por países estrangeiros ou transportados por mar pela ONG Open Arms.   

No entanto, após o ataque de Israel, a World Central Kitchen foi forçada a suspender suas atividades em Gaza. (ANSA).   

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