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Inflação faz metade dos franceses abrir mão de produtos de higiene, segundo pesquisa

04/03/2024 13h37

De acordo com uma pesquisa sobre higiene e precariedade na França realizada pelo instituto de pesquisas de opinião e estatísticas francês, Ifop, para a associação Dons Solidaires, publicado em 26 de fevereiro, 50% dos franceses abre mão de produtos de higiene, como sabonete, pasta de dentes ou absorventes higiênicos por razões econômicas. 

Algumas pessoas admitem ter reduzido pela metade seu consumo, devido ao aumento generalizado dos preços. Em 2023, uma pesquisa anterior indicava que apenas 34% tomaram esta medida radical. 

A nova pesquisa considerou "alarmante" que "um quinto dos franceses tenha hoje de escolher entre comprar um produto de higiene e alimentos". O fenômeno atinge até 45% das pessoas mais precárias.

Os franceses costumam dispensar desodorante (16%), xampu (12%), pasta de dente (10%) e até mesmo papel higiênico (9%). A pesquisa monitorou particularmente o consumo das famílias. Segundo ela, 41% dos entrevistados admitem controlar o consumo de sabonete e xampu, um número que aumentou, já que eram 28% em 2023. 

O estudo indica ainda que os entrevistados desistiram, por falta de higiene, de ir a uma entrevista de emprego ou ao trabalho, e que evitaram visitar a família ou praticar esportes. Esta é "uma realidade que está se estabelecendo no quotidiano dos franceses".

Jovens mais afetados

Os jovens entre os 18 e os 24 anos são mais afetados pela falta de higiene. Na verdade, 41% deles têm que escolher entre um artigo de higiene e um produto alimentar e um quarto limita a renovação da escova de dentes. 

O estudo também aponta para um "nível preocupante" de mulheres que não têm meios para comprar absorventes higiênicos: 16% delas estão neste caso e 11% já recorreram a produtos substitutos inadequados, como guardanapos ou lenços de papel.

"Nos supermercados, o volume de vendas em drogaria, perfumaria e higiene caiu 4,4% em 2023, uma queda duas vezes mais forte que em outros departamentos", relata Emily Mayer, especialista em consumo da empresa Circana. "Os franceses procuram controlar o orçamento e eliminam mais facilmente um rímel ou um sabonete do carrinho de compras do que um pacote de macarrão", explica. 

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