Jogos Olímpicos Paris-2024: uma oportunidade para promover diversidade e inclusão
Em um mundo majoritariamente urbano, respeitar e conviver com a diversidade se tornou um dos maiores desafios das metrópoles. Para tratar desse tema, a Aliança de civilizações das Nações Unidas (UNAOC), realizou dois dias de debates em La Courneuve, na região de Paris, uma das cidades mais pobres da França. Com 40,3% dos moradores de nacionalidade estrangeira, especialmente da África e da Ásia, o município vai sediar parte das instalações dos Jogos olímpicos de 2024.
Maria Paula Carvalho, da RFI
Para o prefeito Gilles Poux, o importante é fazer com que a população participe da festa. "Nossa preocupação é trabalhar para que o máximo de pessoas possam participar, com distribuição de ingressos ou multiplicando as inciativas nas escolas para sensibilizar sobre esse evento, para que os moradores tenham orgulho de acolher o mundo nessa ocasião," diz.
Entre outros eventos, La Courneuve será o ponto de partida da maratona paralímpica em 2024. A cidade também faz parte do percurso da chama olímpica.
Desde 2019, o município localizado no departamento de Seine-Saint-Denis faz parte da Aliança de civilizações das Nações Unidas, que funciona como uma rede internacional de territórios sensíveis aos desafios do diálogo social, da diversidade e da inclusão.
O terceiro Diálogo das Cidades da ONU teve a participação de representantes de prefeituras de subúrbios de países como Estados Unidos, Gana, Senegal, Itália e Brasil.
Miguel Ángel Moratinos, secretário-geral Adjunto das Nações Unidas e Alto Representante (UNAOC) destaca que a diversidade é uma vantagem. "A diversidade, a diferença, não é uma ameaça, é uma riqueza. Esse é um falso debate, porque se você olhar o nosso corpo, ainda que tenhamos cada um uma impressão digital, temos neurônios e bactérias muito parecidas. E a mistura sempre cria algo melhor", diz.
Depois Los Angeles em 2020 e Sevilha em 2021, o diálogo das cidades desembarcou em La Corneuve com o objetivo de promover e compartilhar projetos de inclusão.
O presidente do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos Paris 2024, Tony Estanguet, compartilhou a sua experiência de ex-atleta para mostrar a força do esporte para a inclusão social. "O esporte é mais do que uma atividade esportiva. Ele é um vetor social que ajuda a nossa sociedade a progredir, ser mais forte, unida. O esporte é também educação, saúde, inclusão, cultura, igualdade, brilho e atratividade", afirmou o ex-atleta.
Também presente na delegação brasileira, Estela Beatriz Farias Lopes, deputada estadual do Rio Grande do Sul e ex-prefeita de Alvorada, um dos municípios com o menor índice de desenvolvimento humano do Brasil, reforçou a importância do diálogo entre as periferias para um ambiente de paz, de convívio e de exercício dos direitos plenos da cidadania.
Durante o evento, La Courneuve mostrou ao mundo a sua capacidade de viver em harmonia, mesclando povos, misturando línguas, cores, músicas e prática religiosas. Os Jogos Olímpicos serão mais uma oportunidade para desenvolver valores de paz e coexistência, além de trazer novas oportunidades para uma cidade onde 40% da população vive abaixo da taxa de pobreza.
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