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Governo espanhol repudia 'discurso de ódio' do líder da extrema direita contra Sánchez

11/12/2023 10h15

O presidente do Governo espanhol, Pedro Sánchez, e o seu Executivo expressaram nesta segunda-feira (11) o seu repúdio às declarações do líder do partido de extrema direita Vox, que havia dito que "haverá um momento" em que "o povo vai querer pendurá-lo pelos pés", referindo-se a Sánchez.

"Este tipo de discurso (...) deve-se a tentar transformar (...) o nosso país em um país onde tudo é monopolizado pelo discurso de ódio e em um país em conflito", disse Sánchez esta segunda-feira, durante a apresentação de seu último livro em Madri.

As declarações de Santiago Abascal representam "um discurso de ódio que nada mais faz do que polarizar e incitar à violência", afirmou anteriormente o ministro das Relações Exteriores espanhol, José Manuel Albares, antes de uma reunião com os seus homólogos em Bruxelas.

Albares, que afirmou que este tipo de linguagem "não se ouvia na Espanha há muitas décadas, décadas que foram muito sombrias" no país, em referência à Guerra Civil (1936-1939) e à ditadura de Franco (1939-1975), também pediu ao Partido Popular (PP, direita) que rompesse os seus pactos nos governos municipais e locais com o partido de extrema direita Vox. 

"Com um líder como esse, você não deveria ir a lugar nenhum", acrescentou Albares. 

A polêmica surgiu neste fim de semana quando Abascal, líder do Vox, esteve em Buenos Aires para assistir à posse do libertário e ultraliberal Javier Milei. Lá ele deu uma entrevista ao jornal Clarín, na qual destacou o seu vínculo com o novo presidente argentino e criticou a gestão do líder socialista espanhol. 

"Haverá um momento", garantiu, "em que o povo vai querer pendurá-lo pelos pés", disse em referência a Sánchez.

O líder do PP, Alberto Núñez Feijóo, também condenou as declarações de Abascal, que chamou de "lamentáveis", e acusou a extrema direita de favorecer os interesses do socialista.

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© Agence France-Presse

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