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Senadores puxam coro anti-Dino em ato com público abaixo do esperado no DF

Ato contra Dino reuniu senadores e teve público abaixo do esperado em Brasília - Eduardo Militão
Ato contra Dino reuniu senadores e teve público abaixo do esperado em Brasília Imagem: Eduardo Militão
do UOL

Do UOL, em Brasília

10/12/2023 15h55Atualizada em 11/12/2023 17h32

Pelo menos oito senadores compareceram a uma manifestação em Brasília neste domingo, com público abaixo do esperado, para criticar a indicação do ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB-MA), ao STF.

O que aconteceu

Cerca de 3.000 pessoas participaram de um ato promovido por políticos do PL e outros bolsonaristas em Brasília na manhã de hoje. As autoridades enviaram 700 policiais para fazer a segurança porque estimavam que poderiam aparecer 10 mil pessoas.

Oito senadores que vão sabatinar Dino estavam presentes no protesto. Magno Malta (PL-ES), Rogério Marinho (PL-RN), Eduardo Girão (Novo-CE), Jorge Seif (PL-SC), Izalci Lucas (PSDB-DF), Márcio Bittar (UB-AC), Marcos do Val (Podemos-ES) e Jaime Bagattoli (PL-RO).

O senador Seif disse ao UOL que é difícil saber quantos votos conseguirão para tentar impedir Dino de ser ministro do Supremo. "A gente não sabe como vão votar. Poucos metem a cara assim". No entanto, afirmou que a luta contra ele é permanente. Na manifestação, o ministro da Justiça foi chamado de "comunista".

O aliado de Jair Bolsonaro (PL) disse que que Dino é uma "ameaça à liberdade". "Esse cara já disse a posição dele sobre liberdade de expressão, é um inimigo da democracia, é leninista, stalinista, persegue inimigo político, cala imprensa, compra imprensa, que manda matar. Não podemos ter isso no nosso país", disse Seif, sem apresentar provas das acusações que fez.

As bandeiras do Brasil eram acompanhadas por algumas de Israel no protesto. Israel está conflito o grupo extremista Hamas. Nas faixas, também havia pedidos de impeachment do presidente Lula e do ministro Alexandre de Moraes, relator no STF dos inquéritos que investigam os ataques golpistas de 8 de janeiro.

També estavam no evento familiares de Cleriston Pereira da Cunha, que morreu na Papuda após um mal súbito. Ele oi investigado por participar dos ataques golpistaso. "O STF me deixou viúva", disse a esposa dele, Diana. "Clezão não era criminoso e terrorista. O STF negou a liberdade ao meu esposo e eu clamo por justiça. Vamos à luta. Que pessoas inocentes não venham morrer na cadeia injustamente", completou.

Uma caixinha com uma vaquinha para os presidiários detidos nos ataques golpistas de 8 de janeiro circulava na multidão e era anunciada pelo caminhão de som.

Para políticos, evento é mais importante que tamanho

"Não importa [o tamanho]. Importa que o povo perdeu o medo. Hoje é o primeiro evento depois de 8 de janeiro. O povo tá aí de novo", opinou Jorge Seif.

O UOL conversou com cinco agentes de segurança em três pontos diferentes da manifestação. Eles disseram que havia 2.000 pessoas no local até as 11h45, sendo 3.000 pessoas, no máximo.

A expectativa é que haveria 10 mil pessoas no evento — de acordo com documento da Secretaria da Segurança. Segundo um agente de segurança, foram deslocados 700 policiais para garantir a tranquilidade. Um deles disse que o policiamento foi bem reforçado por causa do ataques golpistas em 8 de janeiro.

Assim como Seif, outros políticos disseram que o evento era importante apesar do tamanho. "Ainda não é o maior movimento que fizemos, mas eu entendo", disse o deputado André Fernandes (PL-CE). "Não é sobre quantas pessoas pessoas estão aqui. É sobre voltar as ruas", afirmou o locutor, chamado de Tiago por Gustavo Gayer (PL-GO).

O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) afirmou que as lutas políticas exigem "paciência" e que não podem ser voltadas apenas às eleições de dois em dois anos. Ele afirmou ter certeza de que a manifestação de hoje seria o início do impeachment de Lula.

Nikolas cobrou duas senadoras mulheres de direita que, segundo ele, vão votar a favor de Flávio Dino no STF. Soraia Thronike (Podemos-MS) "perdeu sua paz", de acordo com o deputado bolsonarista.

Candidata a presidente em 2022, Soraia se afastou do bolsonarismo, principalmente após a pandemia de covid-19. Eliziane Gama (PSD-MA) também foi criticada pelo deputado novato. De acordo com Ferreira, ela "vai prestar contas ao juiz dos juízes, senhor dos Senhores", uma referência a Deus. Ferreira e Eliziane são evangélicos mas estão em campos políticos opostos.

O senador Magno Malta (PL-ES) aproveitou para cobrar o ministro do STF André Mendonça, indicado pelo ex-presisente Bolsonaro e que foi ministro da Justiça do governo dele, assim como Flávio Dino é de Lula. Segundo Magno, Mendonça precisa "abrir a boca" e agir.

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