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Solidez, preparação e histórico: Flamengo encara fantasma da altitude

do UOL

Do UOL, no Rio de Janeiro

02/04/2024 04h00

A solidez do Flamengo em 2024 começará a ser colocada à prova na Libertadores. A estreia diante do Millonarios, da Colômbia, já apresenta ao time um fator que foi pedra no sapato nos últimos anos: a altitude. Com histórico desfavorável, o rubro-negro conta com a logística da comissão e a boa fase para sair com um bom resultado de Bogotá.

O que aconteceu

A cidade colombiana está 2.625 metros acima do nível do mar. Em lugares acima dos 2.000 metros, o Flamengo perdeu sete vezes, ganhou quatro e empatou três considerando jogos oficiais.

A estreia na fase de grupos de 2023 também foi no alto e não traz boas lembranças. Diante do Aucas, que disputava pela primeira vez o torneio, o Flamengo de Vítor Pereira levou a virada por 2 a 1 em Quito, no Equador.

Mesmo o time estrelado montado desde 2019 não melhorou o cenário. Foram sete jogos na altitude desde então com quatro derrotas, um empate e duas vitórias. Seis dessas partidas aconteceram em Quito (2.850 metros) e uma em Oruro (3.625 m), na Bolívia.

O Flamengo agora desafia os bons números no ano para estrear bem. Invicta e sem sofrer gols no Carioca com Tite, a equipe começou a preparação diferente ainda na Data Fifa. Com a sequência de viagens e jogos importantes pela frente, a comissão focou na parte física e também pode poupar atletas desgastados.

As logísticas

O Flamengo se preocupou imediatamente com o planejamento das viagens. Consultando a diretoria e principalmente a comissão técnica, o clube montou duas logísticas diferentes para estar em Bogotá primeiro e em La Paz depois.

Jogar na altitude é um problema para todos os clubes brasileiros. Historicamente é um problema. E a logística muito complicada também é um problema, né? Então basta ver ali quem acabou pegando altitudes mais baixas ou no nível do mar, seria melhor. Mas não dá para escolher, vamos jogar onde a gente tiver que jogar. Temos que jogar bem e pronto. Rodolfo Landim, presidente do Flamengo

As ideias são distintas para cada altitude. Na Colômbia, o elenco chegou na noite de domingo e fez um treino na segunda-feira para se adaptar à velocidade da bola. Na Bolívia a delegação chegará ao local do jogo apenas algumas horas antes do confronto para minimizar os efeitos, mesma coisa feita em 2019 na ida para Oruro.

Em La Paz, por exemplo, o Flamengo pretende ter sempre uma ambulância à disposição e cilindros de oxigênio. O acompanhamento será desde a saída do avião na cidade até o retorno ao aeroporto. Com a experiência positiva na seleção brasileira, a comissão de Tite foi importante nessas decisões.

As idas a Quito em 2023, 2021 e 2019 tiveram logísticas semelhantes a da viagem para Bogotá agora. O elenco viajou com dois dias de antecedência e fez um treino no local para adaptação.

O Fla só mudou o planejamento em 2020. Nos dois confrontos com o Independiente del Valle, o clube chegou a Quito na madrugada da véspera do jogo e não treinou no local. Um foi o empate na Recopa por 2 a 2. O outro foi a goleada sofrida por 5 a 0 pela Libertadores.

As lições

O Flamengo precisou aprender algumas lições nas derrotas e tenta ter um melhor desempenho desta vez. Diversos jogadores do atual elenco estiveram nessas partidas.

O segundo tempo é onde o Flamengo mais costuma sofrer na altitude. Onze dos 14 gols sofridos desde 2019 aconteceram na etapa final.

A atenção para o "erro zero" também é fator fundamental. Foram diversos gols a partir de erros individuais ou de marcação, além da dificuldade de matar o jogo quando necessário.

A bola aérea é uma preocupação. Um dos movimentos treinados pela atual comissão já foi dor de cabeça. No último triunfo na altitude, em 2021, contra a LDU, o Flamengo sofreu dois gols pelo alto, mas Gabigol garantiu a vitória suada no fim de pênalti.

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