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Novo esquema de Valentim dá protagonismo aos meias do Vasco

03/03/2019 12h02

Nem Raul, nem Andrey. Contra o Boavista, neste sábado, o técnico Alberto Valentim optou por escalar um Vasco com apenas um volante de origem, Lucas Mineiro, que vinha atuando como segundo homem de meio-campo. Na nova formação, quem entrou no time foi Thiago Galhardo, tornando a equipe mais ofensiva.

A mudança no esquema alterou a dinâmica da equipe. Com dois cabeças de área, o Vasco vinha tendo dificuldades para acionar seu meia e seus pontas, concentrando quase toda a sua posse nos zagueiros, laterais e volantes, responsáveis por fazer a transição. Com Galhardo e Bruno César se aproximando de Mineiro, recuando para ajudar na organização, a bola passou a girar muito mais nos pés dos jogadores de criação. Thiago e o camisa 10 trocaram 53 passes certos cada contra o Boavista, menos apenas que Cáceres, que deu 56 toques.

O número é praticamente o dobro da média dos dois, que é de 27 por rodada, de Galhardo, e de 25, de Bruno, segundo dados do Footstats.

Com maior participação dos apoiadores, o Vasco teve o seu segundo maior volume de finalizações neste Carioca, perdendo somente para a estreia, contra o Madureira. Ao todo, foram 16 arremates contra a equipe de Saquarema, sendo sete delas certas. Três através de assistências de Bruno César, um dos destaques da partida e responsável pelo passe para Rossi fazer o segundo. O líder do fundamento vinha sendo o lateral-esquerdo Danilo, com 14.

A opção por apenas um volante, no entanto, deixa a defesa mais vulnerável. Apesar da partida tranquila contra o Boavista, tendo 60% de posse - a média da equipe vinha sendo abaixo de 50% - o Vasco permitiu que o adversário finalizasse 14 vezes. Apenas a Portuguesa, entre os pequenos, com 15, teve mais tentativas contra o Cruzmaltino. O time de São Januário, inclusive, é o grande que mais dá oportunidades ao rivais, já tendo sofrido 113 finalizações contra o seu gol. O Botafogo, com 93, aparece em segundo.

O teste de Valentim não parece ser algo para toda a temporada, mas uma opção para algumas partidas em que a equipe terá que propor o jogo. Nos clássicos com Fluminense e Botafogo, por exemplo, o time teve menos posse, apostando nos contra-ataques. Contra os pequenos, no entanto, essa pode ser uma forma de se impôr em campo e criar um volume maior de jogadas ofensivas.

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