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OPINIÃO

O James Brown cubano dá show! No C6 Fest, Cimafunk faz todos saírem do chão

O cantor cubano Cimafunk esbanja alegria durante show no C6 Fest, em São Paulo - Mariana Pekin
O cantor cubano Cimafunk esbanja alegria durante show no C6 Fest, em São Paulo Imagem: Mariana Pekin
do UOL

Arape Malik

Do Splash, em São Paulo

18/05/2024 23h04

Cimafunk, músico cubano duas vezes indicado ao Grammy, fez o seu primeiro show no Brasil e já fez história.

Dono de uma performance invejável, digna da comparação sempre presente com o mestre James Brown, Cimafunk trouxe ao palco do C6 Fest uma apresentação potente e contagiante.

Misturando elementos de funk, soul, hip hop, jazz e pop, o cubano é aquele tipo de frontman magnético, do qual você não consegue tirar os olhos, a não ser que ele assim queira. E ele só quer quando abre espaço para a banda ou, como ele diz, sua "tribo". E que banda!

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O cantor cubano Cimafunk e banda no palco do C6 Fest, em São Paulo
Imagem: Mariana Pekin/UOL

Cada um dos músicos no palco é um show à parte. As duas backing vocals que se revelam, a saxofonista e a trombonista, criando um naipe de metais que canta, dança e que faria inveja ao Bruno Mars. Os percussionistas que se transformam em bailarinos. Até o baterista dá um show na defesa.

Quando o artista pop consegue fazer todos saírem do chão é que aquele piano cubano característico de Buena Vista Social Club aparece para gritar a quem quiser ouvir, somos do mundo, mas somos cubanos.

Esse show me fez lembrar de uma história. Uma história mais ou menos real que eu deixo aqui para vocês, presente na cinebiografia do mestre James Brown.

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O cantor cubano Cimafunk durante apresentação no C6 Fest, em São Paulo
Imagem: Mariana Pekin/UOL

Certa vez, em um show ao vivo transmitido para a TV norte-americana, James Brown foi informado de que não seria o headliner (o artista principal que é o último a tocar) naquela noite.

Ao perguntar quem seria o headliner, entre gritos de que não abria show de ninguém (que os outros abriam pra ele!), foi informado de que a banda depois da dele era de uns garotos que estavam estourados, uns tais de Rolling Stones. James não se abalou. Subiu ao palco e fez o melhor show de sua vida.

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O cantor cubano Cimafunk no C6 Fest, em São Paulo
Imagem: Mariana Pekin/UOL

Ao sair, o público estava delirando e gritando seu nome tal qual uma torcida campeã no Maracanã. Passou por Mick Jagger, que assistia ao espetáculo com cara de assustado, e disse, dando tapinhas no ombro do rapaz: ¨Vai lá agora?¨

James Brown deve estar orgulhoso no céu. Seu pupilo cubano fez a mesma coisa.

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