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Badauí rebate 'haters' em novo álbum: 'Gente limitada com cérebro limitado'

CPM 22 acaba de lançar o novo álbum "Enfrente" - Leo Muniz
CPM 22 acaba de lançar o novo álbum 'Enfrente' Imagem: Leo Muniz
do UOL

De Splash, em São Paulo

18/05/2024 04h00

"Enfrente", novo álbum do CPM 22, aborda temas contemporâneos, como o período pós-pandemia, rivalidades causadas por política e discussões virtuais, tão comuns em tempos de redes sociais. Em entrevista a Splash, Badauí detalha o processo de criação do álbum, fala de seu apreço pela causa da descriminalização da maconha e comenta o cenário atual da música brasileira.

A banda já queria produzir um oitavo disco desde antes da pandemia, mas conseguiu focar nas composições do novo disco entre 2022 e 2023. "A gente entrou para gravar realmente no começo do ano. O disco saiu no momento certo. Temos que respeitar o curso natural das coisas, porque durante a pré-produção nas gravações, outras músicas começaram a surgir."

Badauí diz que as principais novidades do álbum estão nos temas, já que a sonoridade segue o estilo "rápido e melódico" de outros trabalhos do CPM. "[O disco] tem um sentimento, uma aura diferente. [...] Não que seja algo inédito que a gente esteja fazendo, mas é um disco com muito mais contextos sociais nas letras, um disco muito potente, muito direto nas músicas, nas letras, na velocidade, nos arranjos. É disco realmente para frente, por isso o nome combina bem."

O vocalista conta que, além de ter o próprio CPM como referência, a banda também é influenciada por outros artistas. "Somos ouvintes de música. Eu escuto muito hardcore, punk rock, jazz, chorinho, rap, tudo que eu gosto. [...] É uma massa de coisas que você ouve com que você se identifica, te emocionam e que às vezes indiretamente acabam entrando no seu som."

A faixa "Covarde Digital" é um recado para quem ataca Badauí nas redes sociais. "O cara que fica lá, de pijama, muitas vezes tem 18 anos, nunca viveu nada e fica enchendo o saco. Opinião tem que ter, as pessoas têm que debater com argumentos e troca de ideia. Não quem fala mais alto, quem xinga de graça."

Sou um cara que luta pela descriminalização da maconha, [...] pela paz que isso traria, tirando ela desse contexto de guerra falida às drogas. [...] A pessoa não discute, fala assim: 'Você é um maconheiro de merda que colabora com tráfico, seu filho da puta.' [...] Esse cara não tem um nível intelectual para debater algo que possa trazer melhorias para a sociedade. [...] É para esse tipo de gente limitada, que tem um cérebro limitado e não consegue trocar argumentos. Badauí

Ele diz ainda que costuma bloquear os "haters" nas redes sociais, e descarrega suas frustrações "escrevendo músicas como essa". "É a melhor maneira possível. Não tenho tempo para discutir. Isso me envenena, me traz coisa ruim, faz mal pra minha alma. Eu bloqueio e f*da-se. É igual um pernilongo, você mata e já era. Nunca mais vai ver."

"Criminalização da maconha nunca foi pelo bem da sociedade"

Badauí é um grande defensor da descriminalização da maconha, defende que a questão não é "completamente política" e exige educação do público. "A criminalização só explora as pessoas menos favorecidas e você dá essas pessoas de mão beijada para o crime organizado dentro das cadeias, gerando custos pro estado, sendo que essa pessoa poderia simplesmente se tornar uma advogada ou um advogado lá na frente."

Isso tem que ser feito com informação, investimento em educação. [...] Para mim, é terapêutico, cura minha insônia, minha ansiedade, minhas dores de treino. Badauí

"Enquanto os shows estão cheios, não precisamos estar nas paradas musicais"

Badauí diz que, apesar da dominação de gêneros como o sertanejo, funk e trap nas paradas musicais, o rock segue na ativa e tem fãs leais. "O rock viveu às margens de outros estilos em vários momentos, no Brasil. Já sabemos lidar com isso. [...] Estamos aqui no nosso rolê. Quando precisarem do rock, a gente vai estar aqui."

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