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Vai viajar para outros países em 2024? Fique de olho nas novas taxas

Canais de Veneza - adisa/Getty Images/iStockphoto
Canais de Veneza Imagem: adisa/Getty Images/iStockphoto
do UOL

Glau Gasparetto

Colaboração para Nossa

09/12/2023 04h00

Visitar outros países está longe de ser um programa barato. Além das diferenças cambiais e do custo de vida mais alto, há destinos que cobram taxas extras dos turistas - como, aliás, já vem acontecendo em alguns roteiros brasileiros.

Seja para moderar a quantidade de visitantes ou arrecadar grana para a manutenção das atrações, tais cobranças significam gastos que, muitas vezes, são ignorados no planejamento da viagem, mas podem pesar no orçamento. Vale lembrar que essas arrecadações não têm a ver com vistos, que geralmente têm um custo para emissão.

A seguir, listamos alguns locais que já cobram tarifas dos viajantes, além de outros que sinalizam adotar a cobrança em breve.

Taxa na hospedagem é comum na Europa

No continente europeu, muitas cidades e, às vezes, países inteiros instituíram taxas de turismo, cobradas junto da hospedagem - independentemente se o visitante fica em hotéis, B&B ou locações no Airbnb. O custo varia de lugar para lugar.

Viena, Áustria - iStockphoto - iStockphoto
Viena, Áustria
Imagem: iStockphoto
  • Na Alemanha, as taxas são relacionadas à ocupação de hotéis e afins, variando de acordo com a cidade. Em Berlim, por exemplo, correspondem a 5% do preço da acomodação e são cobradas por noite e por hóspede. Em Frankfurt, a taxa também é individual e considera a quantidade de noites, mas tem o valor definido em 2 euros (cerca de R$ 10).
  • Na Áustria, cada província é livre para adotar suas próprias tarifas. Em Viena, gira em torno 3,2% em cima do valor da pernoite. Na província de Tirol do Sul, a partir de 1º de janeiro será cobrado o valor mínimo de 0,85 euros, por pessoa, por dia, podendo chegar a 2,50 euros, dependendo do tipo de acomodação. Na região de Fuschlsee (onde fica o castelo da Cinderela) e Salzburgo, o valor atual é de 2,45 euros por pessoa, por noite.
  • Na Bulgária, o valor muda de acordo com o destino e o padrão da hospedagem, podendo ir de BGN 0,20 (lev búlgaro) - em torno de R$ 0,55 - a BGN 3 (por volta de R$ 8,15). Também é individual e cobrada em cima de pernoites.
  • Na Espanha, as taxas se alteram conforme as cidades. Barcelona está cobrando, até o próximo 31 de março, o valor de 2,75 euros (perto de R$15) por pessoa, por noite. A partir de 1 de abril, sobe para 3,25 euros (pouco mais de R$ 17).
  • Na França, a "taxe de séjour", ou imposto de turismo, é cobrado individualmente, de acordo com o tipo de hospedagem e a quantidade de dias. Os valores (anunciados até 31 de dezembro) vão desde 0,20 euros (coisa pouco acima de R$ 1), em um hotel com classificação 1 estrela ou marina, entre outros, até 4,30 euros (quase R$ 23) quando o turista se hospedar em hotéis classificados como palácios.
  • Na Holanda, as cidades estão liberadas para definir a forma de cobrança - valor fixo ou porcentagem em cima da estadia. Amsterdam, o destino mais buscado do país, é apontada como a detentora da maior taxa, a partir de 2024: 12,5%, válidos desde campings até hotéis e locações do tipo Airbnb. Atualmente, oscila entre 7% e 10%.

Não é só na Europa

Alguns países do outro lado do mundo também são conhecidos pelas taxas impostas aos turistas.

Horizonte do Monte Fuji e Tóquio - Jacky enjoy photography/ Getty Images - Jacky enjoy photography/ Getty Images
Horizonte do Monte Fuji e Tóquio
Imagem: Jacky enjoy photography/ Getty Images
  • No Butão, um dos lugares mais caros para visitar, no sudeste do Himalaia, a Taxa de Desenvolvimento Sustentável (SDF, de Sustainable Development Fee) custa US$ 100 (cerca de R$ 495) por dia para adultos e US$ 50 (perto de R$ 248) para crianças de 6 a 12 anos. Há três meses, o valor foi reduzido (era US$ 250 - ou pouco mais de R$ 1.235) para a retomada do turismo (ainda) pós-pandemia.
  • O Japão cobra uma taxa de 1.000 JPY (ienes) - perto de R$ 35 - quando o turista deixa o país, valor geralmente adicionado ao ticket de saída, seja por avião ou barco. Pode ainda ser cobrado nas agências de turismo. Há, ainda, iniciativas pontuais, como a da cidade de Hatsukaichi, que dá acesso ao centenário Santuário de Itsukushima, patrimônio mundial da Unesco e atração muito instagramada. Desde outubro, os turistas têm de pagar 100 JPY (menos de R$ 3,50) para visitar o lugar.
  • A Malásia é outro país que estabelece uma taxa de RM 10 (ringgit malaio) - perto de R$ 9,50 - por quarto ocupado e por noite. Isso é feito diretamente nas plataformas de reservas de hospedagem (como o Agoda).
  • Já a Nova Zelândia tem sua Taxa de Turismo Internacional e Proteção Ambiental, IVL, obrigatória para turistas de quase todo o mundo. Seu custo é de NZD$ 35 (R$ 57) e é cobrada junto do NZeTA (autorização de viagem com destino ou em trânsito pela Nova Zelândia) ou visto.

Lista vai aumentar em 2024

Outros destinos já avisaram que vão implantar taxas para turistas dentro de alguns meses.

  • Bali, a ilha mais famosa da Indonésia e sonho de consumo de muitos brasileiros, começará a cobrar a sua em 14 de fevereiro. O valor de IDR 150.000 (rúpias indonésias) - em torno de R$ 48 - será obrigatório para todos os viajantes. Quem visitar outros destinos fora da província (Gili Islands ou Lombok, por exemplo) e voltar para Bali terá de pagar a taxa novamente.
  • A Tailândia também está se organizando para implantar uma taxa de turista muito em breve. Quem chegar por terra e mar deverá desembolsar o equivalente a THB 150 (bahts tailandês), em média R$ 21. Já quem chega de avião terá de pagar THB 300 (R$ 42). A última atualização do Departamento de Relações Públicas previa começar a cobrança em setembro, mas até agora não foi implantada.
Grande Canal de Veneza - mikolajn/Getty Images/iStockphoto - mikolajn/Getty Images/iStockphoto
Grande Canal de Veneza
Imagem: mikolajn/Getty Images/iStockphoto
  • Veneza já cobra uma taxa de turistas que pernoitam ali por até cinco noites, pagando de 1 euro (mais ou menos R$ 5,30) a 5 euros (quase R$ 27), de acordo com a época do ano, localização e tipo de estadia. Mas a cidade cortada por canais sofre com a invasão de turistas de um dia só e, por isso, vai instituir no próximo ano uma taxa de 5 euros (perto de R$ 27) dos que só a visitam no esquema bate e volta. A cobrança será testada em finais de semana e feriados entre abril e julho de 2024, em horários de pico (8h30 às 16 horas). As reservas para acesso poderão ser feitas (e pagas) a partir do próximo 16 de janeiro, em um site que ainda será lançado.

Taxa na União Europeia é transferida

Além das taxas cobradas e definidas cidade a cidade, qualquer turista que quiser visitar um dos 27 países que integram a União Europeia terá de pagar uma taxa extra.

Previsto inicialmente para ser implantado em 2021 e depois adiado para 2023 e, por fim, para 2024, a cobrança do ETIAS (European Travel Information and Authorisation System ou Sistema Europeu de Informação e Autorização de Viagens, em tradução livre) foi novamente transferida no mês passado. Agora, a previsão é entrar em vigor na primavera europeia (entre março e junho) de 2025.

Alguns podem voltar atrás

Plaza del Obradoiro, Santiago de Compostela - Getty Images - Getty Images
Plaza del Obradoiro, Santiago de Compostela
Imagem: Getty Images

Enquanto isso, tem lugar revendo suas decisões. É o caso de Valência, na Espanha. Prometida para fim de 2023 ou início de 2024, a cobrança da taxa de turismo saiu de pauta. A decisão foi confirmada há cerca de um mês, cancelando a medida aprovada em 2022.

Há, também, lugares para ficar de olho, como Santiago de Compostela, ponto final das rotas de peregrinação do Caminho de Santiago, na Espanha. A administração local já apresentou aos hoteleiros o plano para introdução da taxa, que oscilaria entre 0,50 euros (perto de R$ 2,65) e 2,50 euros (pouco mais de R$ 13), dependendo do tipo de alojamento. Se aprovada, começará a ser cobrada em 2025.

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