Paradona da bateria da Mocidade Independente levanta o público em desfile com clichês do rock

Do UOL, no Rio de Janeiro

Com paradas da bateria que animaram o público, a Mocidade Independente de Padre Miguel entrou às 2h55 na avenida com o enredo patrocinado de Alexandre Louzada "Eu vou de Mocidade com samba e Rock in Rio - por um mundo melhor".  Com materiais reciclados e clichês do rock'n'roll, a agremiação falou sobre a história do festival carioca.

SAMBA DA MOCIDADE

Em verde e branco reluziu
Um sonho de amor e liberdade
Da lama então, a flor se abriu
Cantei a paz, a igualdade
Estrelas mudam de lugar
A minha popstar chegou rasgando o céu
Num big bang musical
Faço meu carnaval, eu sou Padre Miguel
A vida é um show, Maraca é vibração
''É o samba/rock meu irmão''

Pandeiro e guitarra, swing perfeito
Não tem preconceito, a nossa união
Meu baticumbum é diferente
Não... Não existe mais quente

Música me leva...
O meu destino é a alegria desse mar
Vou pra Lisboa, eu vou na boa
E numa só voz ecoar
Muito mais que um som pra curtir
Conquistei a Arena de Madrid
Meu Rio... Voltei morrendo de saudade
Na Apoteose é nova edição, overdose de emoção

Uma onda me embala, invade a alma
No peito explode a minha paixão
Um mundo melhor... Que felicidade
No Rock in Rio eu vou de Mocidade

A Mocidade correu contra o tempo para conseguir levantar seu Carnaval. Até meados de janeiro, o dinheiro prometido pela família Medina, idealizadora do festival, ainda não havia chegado nas mãos da direção da escola. E isso se manifestou no desfile, que teve fantasias e carros usando materiais como canudos para fazer moicanos e calças jeans usadas dos componentes para formar uma alegoria. Um jeito de compensar o baixo orçamento da escola.

A bateria usou batidas do rock para compor o enredo. As pausas do mestre animaram o público, que gritou e aplaudiu quando a bateria soltou os instrumentos no chão e fez uma coreografia que invertia a posição dos integrantes, transformando a famosa "paradinha" em uma "paradona". Mas a tentativa de inserir uma guitarra em uma alegoria que tinha Evandro Mesquita (convidado pelo diretor de bateria Andrezinho) tocando o instrumento em playback não convenceu.

O carro abre-alas Delírio do Roqueiro foi estragado duas vezes por causa da chuva no Rio. Nele, uma armação de guitarra foi a estrutura usada por acrobatas e passistas que seguravam bolas de pilates com os dizeres "por um mundo melhor". A comissão de frente do coreógrafo Jaime Arôxa destacou o roqueiro Serguei numa homenagem às origens do rock com os passos da dança Lindy Hop, que originou o estilo rock'n'roll. "Hoje, aqui, o rock é convidado do samba. Não tem dessa de jogar um contra o outro, tudo é música", disse Serguei.

A ala das baianas representou a Era do Disco, com diversos vinis colados no figurino e o sutiã com pontas usado pela cantora Madonna. Os passistas se transformaram em punks e metaleiros para representar os diferentes estilos presentes no festival. Uma das alegorias tinha cinquenta sósias de Freddie Mercury, vocalista da banda Queen, que se apresentou no festival na edição de 1985. Entre os destaques do carro estava o ator Eduardo Sterblitch, que criou o personagem  Freddy Mercury Prateado, do programa "Pânico".

Quatro alas foram dedicadas a grandes clubes cariocas, simbolizando o começo do festival no estádio do Maracanã: o Bota Fogo no Rock, o Almirante Pop representou o Vasco, o Urubu Metaleiro homenageou o Flamengo e o "Tricolor Radical" era do Fluminense. Stevie Wonder e um touro gigante com um piercing foram temas de carros alegóricos. No carro Hoje é Dia de Rock, covers de artistas que passaram pelo festival, como Cazuza, Raul Seixas, Renato Russo e Whitney Houston desfilam em um "cadillac alado". 

Roqueiros famosos e Furacão da CPI entre os destaques

Entre os convidados estavam integrantes das bandas Jota Quest, Detonautas e Evandro Mesquita. A nova rainha da Mocidade é a paulistana Camila Silva, 25, que há cinco anos desfila à frente da bateria da Vai-Vai. A mulata de 1,77 m recebeu o convite pelo próprio carnavalesco da Mocidade, Alexandre Louzada, que lhe fez pessoalmente a proposta.

A mais nova musa do Carnaval carioca é a brasiliense Denise Leitão Rocha, 29 anos. “Se me chamaram de furacão da CPI, então também serei furacão do Carnaval”, garantiu a ex-assessora parlamentar que disse que vai deixar a política e investir no mundo do entretenimento.

* com informações da Agência Estado.

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